APRESENTAÇÃO: A Dinâmica de Conscientização, que foi até
agora desenvolvida na Pedagogia da Espiritualidade, manteve como seu objetivo
final, e mesmo sua razão de ser, a formação, por meios pedagógicos, dos hábitos
das oito perfeições espirituais do seu Catálogo Curricular. Não obstante,
reconheceu-se a necessidade de reforçar essa 1ª Dinâmica Pedagógica com mais
duas outras que receberam as denominações de Dinâmica de Imaginação e Dinâmica
de Motivação, ambas também espiritualizantes e pedagógicas. Esse reforço acima
pretendido, através da aplicação delas, converge no já citado objetivo final da
1ª Dinâmica, ou seja, a formação dos hábitos do Bem pela repetição suficiente
dos atos das oito perfeições curriculares. E por que razão assim podem essas
duas últimas dinâmicas formar hábitos morais e espirituais? Resposta: por que
também exercem sua força pedagógica-espiritualizante nas almas dos educandos,
induzindo-os à prática dos mesmos atos da alçada da 1ª Dinâmica, a de
Conscientização. Triplicando a quantidade desses atos pela imaginação deles e
pela energia suplementar da motivação. Constituindo assim uma tríplice energia
no íntimo dos educandos: de Conscientização, Imaginação e Motivação conjugadas.
E os hábitos do Bem, produto final e tão almejado da
Pedagogia da Espiritualidade, resulta fortalecido sobremaneira. E nessa
progressiva conjugação sinérgica, os educandos vão cometendo os atos das
perfeições espirituais com decrescente esforço moral e espiritual. Porém,
obviamente, com crescente facilidade, até integrarem às suas almas esse
enriquecimento espiritual dos hábitos espirituais com conseqüente fruição de
meritória e proporcional felicidade pessoal.
A UNIVERSALIDADE DO PODER DA IMAGINAÇÃO
Já é bem conhecido o poder da imaginação humana na
criatividade das obras de arte, de qualquer arte: artes plásticas (pintura,
escultura, arquitetura, desenho, gravura), artes manuais, artes mecânicas, etc.
E não há atividade humana que não seja suscetível de criações novas, originais,
que partem de alguma imaginação que se concretiza. E jamais esquecendo as artes
sonoras, que se ouvem e deliciam o espírito através da audição, como música,
declamação, oratória, etc. E nem mesmo as ciências podem-se subtrair à
imaginação criadora. Toda intuição científica criadora apresenta um componente
imaginário, a hipótese colocada em estado experimental, que resulta em
comprovação ou não, dela quando não promana de um acidente casual como na
(radiografia,a penicilina, dinamite, a gravidade, etc.). Albert Einstein
confessava que a sua Teoria da Relatividade teve o seu início quando ele se
imaginara perseguindo um raio de luz através do espaço sideral.
— Até na vida cotidiana, comum
e trivial, de todos os dias, a imaginação se faz presente com significativa
freqüência.
Pode-se propor, portanto, a
aplicação deste admirável atributo da espécie humana na ciência da educação,
que é a Pedagogia. Não se aplica a esta ciência outros poderes como a memória,
a imitação (dos exemplos), a emulação, o raciocínio, a improvisação, a empatia,
a emoção, a introspecção, julgamento, avaliação, simpatia, evocação, ideação,
hipóteses, os valores, a inspiração? E, para finalizar, o amor pedagógico?
Todos com algum traço componente imaginante.
E como tributo da Pedagogia
e da Educação à imaginação, alinhar: a produção de textos abstratos, o jogo, o
brinquedo (espírito lúdico) o “faz de conta”, a meditação e, principalmente, a
invenção de novos processos e métodos pedagógicos e didáticos. Cujo início se
dá na imaginação, para posteriormente, serem testados na Pedagogia
Experimental. E sem esquecer as Artes Cênicas no Teatro e no Psicodrama
Pedagógicos, totalmente penetrados de imaginação, tanto nos autores dos enredos
quanto nos atores que os representam.
IMAGINAÇÃO REPRODUTORA E
IMAGINAÇÃO CRIADORA
Os manuais de Psicologia
reconhecem duas formas principais de imaginação, às quais aplicam as
denominações de imaginação reprodutora e de imaginação criadora. É reprodutora,
quando reproduz na lembrança imagens reais já percebidas antes; e é criadora,
quando imagina imagens criadas, não derivada de nenhuma percepção real
anterior, como no Brasil, o saci, a mula sem cabeça, o curupira, etc.
Neste presente estudo das
Dinâmicas Espiritualizantes, postula-se o reconhecimento de uma 3ª nova forma
de imaginação, que pode receber o nome de Imaginação Educadora, alinhada junto
às duas formas anteriores, a Reprodutora e a Criadora. Essas duas últimas
formas também podem se revestir de processos e objetivos educativo-pedagógico.
A Reprodutora aninha-se nos quatro processos espiritualizantes da Dinâmica de
Conscientização: No 1º Processo, a Meditação de lembrança; no 2º, a Memorização
(do Período de Aplicação); no 3º, a Meditação Moral (preparatória do Relato
escrito); e no 4º Processo, o Relato Escrito. Todos esses processos enriquecidos
pelo efeito pedagógico da memorização.
Esses quatro processos da
Dinâmica da Conscientização, como rememorativos que são da percepção de
oportunidades e de atos reais do Período Prático, perfilam-se, por isso mesmo,
na área de Imaginações Reprodutoras, cujo efeito é educativo, porque concorrem
na formação dos hábitos das perfeições espirituais, hábitos esses como os
últimos e acalentados produtos da Pedagogia da Espiritualidade, ou sejam, são a
própria educação como resultado do mister pedagógico, como produtos da educação
como processos.
O conceito de educação
apresenta uma dupla face. Tanto significa o processo de educar quanto o
resultado desses processo. São assim interfaciais e concomitantes, como o
côncavo e o convexo de uma superfície curva. Posto um, surge o outro; posta a
causa, temos o efeito; posto o efeito,
presume-se a causa. Ou seja, segundo os escolásticos: “post hoc; ergo, propter
hoc” (verdadeiro no caso em questão como exceção.
A BASE NEURAL DA IMAGINAÇÃO
Transcrevem-se em seguida a
matéria constante da obra “Introdução à Psicologia” de diversos autores e
organizado pelo psicólogo Hilgard (2.002).
Esta transcrição foi aqui
colocada para reforçar a tese científica das seguintes quatro notícias (1, 2, 3
e 4) da prática imaginária, embora em situações cotidianas e empíricas.
E também visa preparar o
espírito do leitor estudioso para absorver a idéia neste trabalho da
possibilidade real de uma novel Imaginação Educadora enquadrada no âmbito da
Pedagogia da Espiritualidade.
— / / —
(Transcrições de trechos das págs 35 e 356)
A Base Neural da Imaginação
Talvez a prova mais persuasiva de que a imagem
mental, ou imaginação, é igual à percepção seriam as demonstrações de que as
duas são mediadas pelas mesmas estruturas cerebrais. Em anos recentes, uma
quantidade substancial de evidências desse tipo se acumularam.
Algumas das evidências provêm de estudos de
pacientes com danos cerebrais e mostra que qualquer problema que o paciente
tenha na percepção visual é tipicamente acompanhado por um problema paralelo na
imaginação visual (Farah, Hammond e Levine, 1988). Em exemplo particularmente
impressionante é visto em pacientes que sofrem de danos no lobo parietal do
hemisfério direito e, como resultado, desenvolvem negligências visual do lado
esquerdo do campo visual. Um paciente masculino, por exemplo, pode deixar de
barbear o lado esquerdo do rosto. O neurologista italiano Bisiach (Bisiach e
Luzzatti, 1978) descobriu que esta negligência visual se estende à imaginação.
Ele pediu a pacientes com negligência visual que imaginassem uma praça
conhecida em sua Milão nativa, do ponto de vista de quem a observa de pé, na
praça, e de frente para a igreja. Os pacientes descreveram a maioria dos
objetos à direita, mas poucos à esquerda. Quando solicitados a imaginar a cena
do ponto de vista oposto, ou seja, de constas para a igreja e de frente para a
praça, os pacientes omitiram os objetos que anteriormente tinham descrito (que
desse vez estavam no lado esquerdo da imagem). Portanto, estes pacientes
manifestaram o mesmo tipo de negligência de imagem que manifestavam na
percepção, o que sugere que as estruturas cerebrais danificadas normalmente
mediam a imaginação bem como a percepção.
Alguns estudos recentes utilizaram métodos de
escaneamento cerebral para demonstrar que em indivíduos normais as partes do
cérebro envolvidas na percepção também estão envolvidas na imaginação. Em um
experimento, os participantes realizaram tanto uma tarefa aritmética mental
(“Comece pelo 50 e faça uma contagem regressiva de três em três) quanto uma
tarefa de imaginação visual (“Visualize uma caminhada pelo bairro onde você
mora, dobrando à direita e à esquerda alternadamente, começando na porta de sua
casa”). Enquanto cada participante fazia cada tarefa, a quantidade de fluxo
sangüíneo nas diversas áreas de seu córtex foi medida. Havia maior fluxo de
sangue no córtex visual quando os participantes estavam engajados numa tarefa
de imaginação do que quando estavam realizando a tarefa aritmética mental. Além
disso, o padrão de fluxo sangüíneo constatado durante a tarefa de imaginação
era semelhante àquele normalmente encontrado nas tarefas de percepção (Roland e
Friberg, 1985).
A tarefa de imaginação resultou em maior atividade
das estruturas cerebrais que estão entre as primeiras regiões do córtex a
receber informações visuais.
Assim, a imaginação é como a percepção desde os
primeiros estágios de processamento cortical. Além disso, quando as ativações
neurais das duas tarefas eram diretamente comparadas, havia mais ativação na
tarefa de imaginação do que na de percepção, presumivelmente refletindo o fato
de que a tarefa de imaginação requeria mais “trabalho perceptivo” do que a
tarefa de percepção. Esses resultados deixam poucas dúvidas de que a imaginação
e a percepção são mediadas pelos mesmos mecanismos neurais. Mais uma vez a
pesquisa biológica ofereceu evidências para apoiar uma hipótese que
primeiramente foi proposta em termos psicológicos.
Criatividade Visual
Existem inúmeras histórias sobre cientistas e
artistas que produzem seu trabalho mais criativo através do pensamento visual
(Shepard e Cooper, 1982). Embora não sejam sólidas evidências, estas histórias
estão entre os melhores indicadores que temos do poder do pensamento visual. É
surpreendente que o pensamento visual pareça ser bastante efetivo em áreas
altamente abstratas como a matemática e a física. Albert Einstein, por exemplo,
disse que raramente pensava com palavras; ele produzia suas idéias em termos de
“imagens mais ou menos claras que podem ser ´voluntariamente´ reproduzidas e
combinadas”. Assim, Einstein afirmou que teve sua compreensão inicial da teoria
da relatividade quando pensou sobre o que havia “visto” quando imaginou que
estava perseguindo um raio de luz e alcançando sua velocidade.
Talvez o exemplo mais conhecido de pensamento visual tenha
ocorrido no campo da química. Friedrich Kekule von Stradonitz estava tentando
determinar a estrutura molecular do benzeno (que resultou possuir uma estrutura
anelar). Certa noite ele sonhou que uma figura contorcida, semelhante a uma
serpente, de repente se fechava formando um círculo, mordendo sua própria
cauda. A estrutura da ser.
DINÂMICA DA IMAGINAÇÃO
TIPO (A)
POSITIVA E AQUISITIVA
(JUSTIFICABILIDADE, EFICÁCIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA,
OBJETIVO E PROCESSO)
- JUSTIFICABILIDADE. Esta dinâmica da prática da Pedagogia da
Espiritualidade é, naturalmente, auto-explicável. Dinâmica, porque envolve
energia e movimento da mente do educando no processo de imaginar, ou
melhor, de imaginar-se (na forma gramatical pronominal de imaginar-se, a
si próprio) numa situação irreal, mas virtual de circunstâncias. O que
exige do educando redigir um texto imaginário na 1ª pessoa do singular:
EU, que é, ao mesmo tempo, o personagem do texto e o seu autor, ou
redator. Esta duplicidade (personagem e autor) cria a figura subjetiva do
chamado devaneio. Sendo virtual, indica que o episódio imaginado não é de
efeito atual, mas suscetível de realizar-se, porque contém todas as
condições necessárias e essenciais para realizar-se. Daí a exigência de que o episódio imaginado
revista-se do requisito da verossimilhança (caráter de verossímil, e não
do inacreditável, fantástico, que só existe na fantasia, sem possibilidade
de se tornar real, enfim, de realizar-se).
- EFICÁCIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA. Essa eficácia tanto se pode
depreender da prática educativa quanto do embasamento
neurológico-científico, revelado1 pela aplicação de ressonância
magnética. Foi demonstrado que atos apenas imaginados ativam as mesmas áreas
motoras do cérebro quando ativadas por atos reais da mesma natureza. Por
exemplo, imaginar-se jogando tênis e jogar realmente tênis produzem
efeitos semelhantes no cérebro, captados e assinalados pela ressonância
magnética.
Pode-se daí inferir que na
formação progressiva de um hábito, que se forma pelo efeito cumulativo de uma
suficiente série de atos iguais, também podem concorrer os atos apenas
imaginados da mesma natureza dos atos reais.
- OBJETIVO: A Pedagogia da Espiritualidade mantém como objetivo
fundamental a formação didático-pedagógica de hábitos morais de valores
espirituais como os da indulgência, da justiça, honestidade, lealdade,
etc. E nessa formação, também poderão concorrer os atos imaginados. O que
credencia a introdução desta Dinâmica da Imaginação no rol dos fatores que
formam os hábitos morais, meta principal desta Pedagogia da
Espiritualidade.
- PROCESSO: Trata-se de induzir2 os educandos a redigirem
um texto no qual se imaginam envolvidos num episódio com começo, meio e
fim, cujas circunstâncias e urdidura o enredam numa situação que exige a
opção pela perfeição espiritual ou pela imperfeição oposta. O mesmo com as
derivadas, positivas ou negativas. Para isso, o educando é orientado para
produzir um texto imaginário em que se vê diante dessa situação (por ele
mesmo tecida) para provoca-lo a optar pela perfeição, rejeitando a
imperfeição oposta a ela. Mas dentro do verossímil, para se aproximar o
mais possível de um ato real. E assim com eficácia para contribuir na
formação do hábito, digamos, por exemplo, da honestidade, da veracidade,
da lealdade, etc.
1Matéria publicada na revista “ÉPOCA”, de 25.09.06,
noticiando pesquisa na Inglaterra pelos neurocientistas da Universidade de
Cambridge.
2Induzir (neste trabalho) significa usar de meios
indiretos de persuasão, partindo do distante para o próximo, ou seja, das
bordas do objeto para o seu centro.
Esse processo é a espinha dorsal desta Dinâmica da
Imaginação. Tipo A – Aquisitiva. Mas é também envolvido em articulações
laterais que dão vivo colorido a ele. Como é o julgamento dos textos de cada um
por algum colega, ativando debates no contraditório. Tudo isso concorrendo para
a formação de uma ambiência ou “atmosfera” toda centrada na perfeição em
desenvolvimento; digamos uma “atmosfera” de lealdade “respirada”, “absorvida”;
enfim, incorporada à intimidade dos educandos. Outra articulação lateral é a
avaliação pelo educador dos textos imaginários produzidos pelos educandos, com
possíveis contestações debatidas pelo grupo.
PRIMEIRO ROTEIRO – GUIA DE TAREFAS DA DINÂMICA DE
IMAGINAÇÃO AQUISITIVA – TIPO (A)
QUADRO PARA MOTIVAÇÃO INICIAL – ABERTURA
TAREFAS EXECUTANTES ENCARGOS TEMPO
(min.)
1ª Educador — Estudo a domicílio da X
Tarefa Dinâmica Espiritualizante da
Imaginação
em geral.
2ª Educador — Estudo a domicílio dos X
Tarefa fundamentos teóricos da
Dinâmica
de Imaginação
Tipo
A (Aquisitiva).
3ª Educador e — Duas perguntas de motivação 2
Tarefa Educandos aos
educandos1
4ª Educador — Explicar a relação íntima entre 1
Tarefa atos e hábitos2 1
5ª Educador — Esclarecer a função pedagógica 1
Tarefa dos atos imaginários3
6ª Educador — Informar sobre as experiências 2
Tarefa com atos imaginários4
Total deste roteiro 06
Min.
DETALHAMENTO
DO QUADRO ACIMA
1Perguntar como se forma um
mau hábito (vício), como o de fumar? Como se poderia formar um bom hábito (de
perdoar, por exemplo)?
— Os educandos respondem como
puderem, como eles acham que podem adquirir um vício qualquer, ou uma perfeição
espiritual.
2Atos são os meios; hábito é
o fim desses meios (objetivo): o efeito cumulativo de muitos atos da mesma
natureza.
3Os atos imaginários também
concorrem junto com os atos reais para a formação dos hábitos.
4Uma experiência científica
realizada na Universidade de Cambridge (Ingl.) demonstrou, por ressonância
magnética, que os atos apenas imaginados produzem no cérebro o mesmo efeito
visível dos atos reais, da mesma natureza dos imaginados (vide retro “Notícia
de Prática Imaginária nº 1”).
A outra experiência
não-científica, mas muito prática, foi feita pelo treinador da seleção nacional
de vôlei, Bernardinho (vide retro “Notícia de prática Imaginária nº 2”).
O sinal X indica que a
tarefa considerada, em princípio, não consome tempo da Sessão de Trabalho
Semanal.
SEGUNDO ROTEIRO – GUIA DE
TAREFAS DA DINÂMICA DE IMAGINAÇÃO AQUISITIVA – TIPO (A)
QUADRO PARA A MEDITAÇÃO
MORAL DE INTENÇÕES
(PREPARATÓRIA)5
TAREFAS EXECUTANTES ENCARGOS TEMPO
(min.)
7ª Educador — Esclarecimentos sobre a 2
Tarefa Meditação
Moral de Intenções6:
O modelo, objetivo, duração
(da leitura), procedimentos
do educando.
8ª Educador — Distribuição das cópias do X
Tarefa modelo
da Meditação Moral,
Uma para cada educando.
9ª Educandos — Leitura consciente, meditada, 3
Tarefa do texto
da Meditação7, que
É anônima (senha).
10ª Educador — Recolhimento das cópias da X
Tarefa Meditação8
Total deste roteiro 8
Min.
DETALHAMENTO DO QUADRO ACIMA
(para uso do educador)
— 5Esta Meditação tem como
objetivo a auto-preparação moral do educando para bem seguir o procedimento
mental que lhe foi recomendado pelo educador, quando estiver redigindo, logo
após o exercício de imaginação (devaneio)1. Vide esse procedimento
no seguinte Terceiro-Roteiro-Guia.
— 6O modelo desta Meditação Moral
de Intenções encontra-se mais adiante.
— 7Esta Meditação Moral de
Intenções do educando tem como objetivo a autopreparação dele, fixando suas
intenções para o próximo passo: o exercício final de Imaginação pelo Devaneio.
E para bem seguir o procedimento mental que lhe foi recomendado pelo educador.
Este procedimento está
exposto no seguinte Terceiro Roteiro-Guia de Tarefas.
Consciente: saber o que está
lendo e pensando. Meditada: se deve, ou não; se pode, ou não, imaginar um ato e
sentir como se o estivesse praticando na realidade1.
— 8Para avaliação. Verificar
nome, indicação da perfeição derivada escolhida, idade, série escolar e senha.
1Lembra como Bernardinho, treinador de vôlei da
seleção nacional, venceu uma partida internacional, levando seus jogadores a,
antes do jogo, imaginarem que estavam praticando lances corretos (vide).
TERCEIRO ROTEIRO – GUIA DE TAREFAS DA DINÂMICA DE
IMAGINAÇÃO AQUISITIVA – TIPO (A)
QUADRO DE CULMINÂNCIA8
NO DEVANEIO PEDAGÓGICO9
(EXECUÇÃO FINAL)
TAREFAS EXECUTANTES ENCARGOS TEMPO
(min.)
11ª Educador —
Explicação do que seja o Devaneio 3
Tarefa Pedagógico, procedimento do educando,
objetivos
e duração10.
12ª Educador — Referência a um possível exemplo 3
Tarefa de Devaneio e seus detalhes,
anonimato
(senha).
13ª Educador —
Distribuição de cópias de um X
Tarefa possível exemplo de
Devaneio
Pedagógico11.
14ª Educandos —
Uma visão rápida da cópia do 2
Tarefa exemplo possível de
devaneio
Pedagógico12.
15ª Educador —
Recolhimento imediato das cópias X
Tarefa do devaneio13.
16ª Educandos —
Execução do devaneio (redação 18
Tarefa de texto imaginário de prática
de
ato da perfeição que
esteja
em desenvolvimento14.
—
Vivências das boas conseqüências
morais
sociais, psicológicas,
religiosas,
e domésticas, etc.
17ª Educador —
Avaliação dos textos imaginários X
Tarefa de prática de atos da perfeição
em
desenvolvimento15, produzidos
pelos
educandos
(pelo
educador, a domicílio).
Total do 3º
roteiro 26
Total dos 3
roteiros 37
DETALHAMENTO DO QUADRO ACIMA
— 8Efetiva-se neste último Quadro, o
momento culminante de todo um exercício integral da Dinâmica
Pedagógico-Espiritual de Imaginação, indicado na 4ª tarefa, ou seja, a redação
pelos educandos do Texto imaginário de cometimento virtual de um ato
espiritual, da perfeição em foco.
— 9Devaneio Pedagógico (também chamado de
sonho acordado, ou sonho diurno), no qual, o agente em estado de vigília
(acordado) imagina um enredo virtual (de circunstâncias fictícias), no qual ele
mesmo se coloca, ao mesmo tempo, como autor do enredo e como protagonista
(personagem principal).
É qualificado como pedagógico, porque também
concorre na educação propriamente dita, a educação das almas, produzindo o
enriquecimento delas de perfeições espirituais, integrando a Pedagogia da
Espiritualidade.
— 10forçar o processo de formação do
hábito da perfeição em desenvolvimento pela ação dos atos reais, concretos,
praticados no Período de Aplicação Prática.
— Duração: 26 minutos.
— 11Em papel padronizado, pautado,
contendo uma simples idéia de redação de texto imaginário, com tempo limitado
para compulsá-lo (uma visão global). A padronização facilita a redação pelos
educandos e a avaliação pelo educador e ainda para arquivamento dos textos para
estudos posteriores. (vide retro “Apenas uma simples idéia” de Devaneio
Pedagógico).
— 12Uma visão panorâmica da idéia que o
educando tem em mão. O tempo dessa visão não deve ultrapassar 2 minutos9.
É mais para “ver” do que para ler. O objetivo é fornecer uma deixa, uma idéia
inicial facilitando ao educando desenvolver a criação do imaginário. Mas sem
permitir o decalque que abafa o poder criador. Isso em razão da extensa e
absoluta originalidade desta Dinâmica.
— 14A execução pelo educando do ato
imaginário é o “momentum”1 desta Dinâmica.
A redação do texto virtual2 deve empregar
a 1ª pessoa do singular (eu) e o tempo do presente durativo (continuado), como
o momento em que esteja “praticando” (imaginando o ato). Exemplos desse
presente durativo;
. “Eu estou perdoando” — “Eu estou sendo humilde”.
. “Eu estou cometendo um ato de justiça”.
. “Eu estou sendo leal”. — “Eu estou sendo honesto”.
. Etc.
Vide retro no Vocabulário outros exemplos do
presente durativo.
— Esta execução do devaneio culmina na vivência dos
educandos das boas conseqüências da prática (ainda que virtual, imaginária) de
atos das perfeições espirituais.
Se assim não for firmemente pensado (imaginado),
sentindo-se, o educando, como autor do ato, como real, apesar de ser apenas
imaginado, a Dinâmica Pedagógico-Espiritual da Imaginação, fica debilitada.
Perde toda a sua força de concorrer com os atos reais na formação do hábito da
perfeição em foco.
Esses tempos verbais de presentes durativos têm a
função e força justamente para o educando vivenciar o ato imaginado como real.
E é assim que ele vale: sendo útil na formação do hábito. Sem esse vivência,
pelo menos inicial, ainda que fraca, mas para ir se desenvolvendo com as
vivências posteriores, empobrece esta Dinâmica.
— 15Esta crítica é redigida, no intervalo entre duas
Sessões de Trabalho geralmente no domicílio do educador. Para ser transmitida
aos educandos na Sessão de Trabalho seguinte logo na abertura.
E tem por finalidade prevenir os erros e
impropriedades, para que não se comuniquem à Dinâmica de Imaginação posterior.
MODELO DE TEOR1
PARA MEDITAÇÃO MORAL DE INTENÇÕES
(PREPARATÓRIA DO DEVANEIO FINAL)2
— Aqui estou eu3;
...........................................................4.
— Neste momento, empenhando livremente a minha
vontade e decisivo querer para, logo após, passar a redigir um texto, no qual
vou me imaginar praticando um ato da perfeição espiritual derivada da
...........................................5.
...........................................................6.
— No momento em que estarei contando, por escrito, a
“prática” do ato imaginado, farei tudo para sentir, dentro de mim que estarei
mesmo cometendo, na verdade, um ato real, para valer7.
— Para isso, empregarei o tempo verbal do Presente
Durativo que já aprendi com o meu educador. Assim farei e mantenho esse
propósito. O meu educador pode confiar em mim8.
— NÃO FALHAREI!
DETALHAMENTO DO MODELO DE TEOR
(para uso do educador)
— 1Justifica-se neste documento o título
de modelo, porque toma a forma e a feição de padrão, para ser seguido, embora
possa suportar algumas adaptações ao critério de cada educador. Mas mantém-se
estável o seu objetivo e o seu sentido de relativo compromisso dos educandos.
— 2Esta Meditação de teor moral é uma
auto-preparação do educando para seguir o procedimento correto que lhe foi
proposto pelo educador. Caracterizando a aceitação de uma responsabilidade
pessoal.
— 3Note-se já o uso da 1ª pessoa do
singular (eu) e do tempo verbal do Presente Durativo (“aqui estou”),
“comprometendo a minha vontade” na execução de devaneio.
— 4Nesta lacuna, o educando deverá
registrar o seu nome, idade e série escolar para fins de avaliação.
— 5O educador deve apresentar aos
educandos no Catálogo das Perfeições Espirituais as perfeições derivadas da
perfeição em desenvolvimento para que eles façam suas opções.
— 6Esta linha destina-se à indicação da
opção do educando por uma das perfeições espirituais derivadas da perfeição
fundamental que esteja em desenvolvimento. Por exemplo, se a fundamental em
tela for a indulgência, o educando escolhe para imaginar a prática de um ato de
perdão, ou de brandura, ou de tolerância, por serem essas as três perfeições
derivadas da fundamental indulgência. Ato esse que deve ser imaginado no vivo
sentimento íntimo, como se fosse real para que possa produzir o efeito de
reforço na formação do hábito da indulgência.
— 7Sentimento esse imprescindível para o
sucesso da Dinâmica da Imaginação.
— 8Um dever de lealdade discente.
— / / —
CATÁLOGO I
DAS BOAS CONSEQÜÊNCIAS
DOS ATOS DAS PERFEIÇÕES ESPIRITUAIS
SENTIMENTOS, VIVÊNCIAS
1.
CONSEQÜÊNCIAS MORAIS: Alegria – Auto-estima – Confiança em si mesmo –
Otimismo – Responsabilidade – Bem-estar moral – Contentamento – Vitorioso –
Felicidade – Serenidade – Enriquecimento espiritual – Valorização própria –
Valimento – Dignidade – Brio – Satisfação – Gozo espiritual – Deleite –
Conforto moral – Abençoado – Enlevo – Ânimo – Euforia – Estar bem com a vida –
Honrado – Virtuoso – Consciência tranqüila.
CONCEITOS
NA SOCIEDADE
2.
CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS: Prestígio social – Amizades – Bem-visto –
Benfeitor – Benquisto – Influência – Valimento – Importância – Autoridade –
Ascendência – Superioridade – Crédito social – Atração – Simpatia –
Popularidade – Serventia – Boa fama – Notório – Reputação – Renome – Conceito
social – Estima – Aprovação – Respeitabilidade – Nobreza – Notabilidade – Valor
cívico – Benemerência – Exemplo vivo – Projeção – Meritório – Acreditado –
Conceituado – Brioso – Venerável – Grandeza – Cavalheiro – Hombridade –
Humildade – Infunde respeito.
CONCEITOS
NA FAMÍLIA
(todas
as anteriores e mais):
Bom
filho – Bom irmão – Prestância – Serventia – Prestimoso – Prestativo –
Fraterno.
CONCEITO
NA ESCOLA
(todas
as anteriores e mais):
Com
aluno – Estudioso – Caprichoso – Bom colega – Disciplinado – Amar à escola – Prestigia
a escola.
CONCEITOS
DOS AMIGOS
(todas
as anteriores e mais):
Bom
amigo – Leal – Companheiro – Sincero – Boa Praça.
NA
PROFISSÃO
Ótimo
conceito – Bom colega – Competente – Prestígio profissional – Sucesso na
carreira – Promoção funcional – Promoção salarial – Recompensas.
SUCESSOS
ECONÔMICOS
Bom nível social e econômico – Bom emprego ou posição
empresarial – Prosperidade – Casa própria – Veículo – Plano de saúde.
DINÂMICA
DE IMAGINAÇÃO – TIPO (B)
NEGATIVA1
E PREVENTIVA
(ordenada
ao combate às imperfeições)
- JUSTIFICABILIDADE.
Verifica-se que a Primeira Dinâmica de Imaginação, tipo (A) não esgota
todas as possibilidades pedagógicas da faculdade premana da imaginação.
Como também não atende a todas as necessidades imperiosas do cruciante
momento pelo qual atravessa a humanidade. Aquela dinâmica, já exposta,
aplica um tratamento educativo às perfeições, isto é, prima por
desenvolve-las. Daí sua função AQUISITIVA da caridade, indulgência,
esperança, humildade, justiça etc. Enfim, focalizando todo o conteúdo do
Catálogo Curricular da Pedagogia da Espiritualidade. E mobilizando
apreciável, massa de manobra pedagógica no impulso positivo de
espiritualização dos educandos.
1Negativa, apenas por ter
sentido (direção) diferente da Imaginação Aquisitiva e Positiva. Todavia, de
modo algum se opõe a ela. Pelo contrário, a complementa.
Compare-se
com a Educação Negativa de Rousseau que se positiva no resultado final. É
negativa apenas, porque não interfere diretamente no educando, preservando o
processo natural de maturação e crescimento dele.
Todavia, impõe-se também a contrapartida de
preservar, imunizando os educandos da contaminação deles pelas imperfeições
materializantes. Grandes contingentes da população estão cada vez mais em
situação de risco social~expostos que ficam à virulência de todas as patologias
e endemias sociais, cada vez mais insidiosas e triunfantes: a criminalidade
ostensiva, em incontida expansão e impune, o tráfico de drogas leves e pesadas,
o alcoolismo e o tabagismo, oculto exagerado e quase dogmático do corpo físico,
quase culminando em veneração mística e carismática, aureolado de espúrio e
falso valor decisivo, social e profissional. E ainda, o rebaixamento dos
verdadeiros valores morais, sociais e espirituais ao desamparo de qualquer
valorização.
Toda essa negatividade de inversão violenta de
valores conduz ao imperativo de emparelhar com a Dinâmica de Imaginação
Aquisitiva (tipo A) uma outra, que recebe o nome de Dinâmica de Imaginação
Preventiva (tipo B). Para enfrentarem juntas essa grave distonia social
generalizada, cujas vítimas preferenciais são as crianças, adolescentes e
jovens. Constituindo essa junção uma blindagem (proteção) dos educandos contra
o consumismo e o hedanismo (o prazer material-sensível a qualquer preço, condensado
no “carpe diem”1).
1“carpe diem” = Aproveita o dia presente (...).
Apressa-te em gozar o dia presente, sem contar com o dia de amanhã. “É um
conselho imoral fácil que o poeta epicurista (Horácio) dá a um amigo”.
(Extraído do livro “Frases e curiosidades latinas – de Arthur Rezende).
Para esse fim, a Pedagogia da Espiritualidade opõe a
sua Dinâmica de Imaginação Preventiva às imperfeições do seu Catálogo
Curricular. Do que resulta o ataque frontal ao egoísmo que barra a caridade; ao
desespero que isola a esperança; a inclemência que varre a indulgência; ao
orgulho que invalida a humildade; à injustiça que se sobrepõe à justiça, à
improbidade que desacredita a honestidade; à mendacidade que desmente a
honestidade; e à deslealdade que remove a lealdade.
Aí estão contados (denunciados) oito trágicos e
nefastos cavaleiros do Apocalipse Social, e alvos preferenciais dos ataques
desta segunda Dinâmica, a de Imaginação Preventiva (tipo B).
— OS OBJETOS DAS DUAS
DINÂMICAS. Assim como a Dinâmica de Imaginação Aquisitiva tipo (A) tem por
objeto as oito perfeições espirituais do Catálogo, para a promoção pedagógica
delas mesmas (acima já citadas), a nova Dinâmica de Imaginação Preventiva tipo
(B) tem por objeto as oito imperfeições também citadas e opostas frontalmente
àquelas perfeições.
Do que resultam os pares litigantes em processo
pedagógico litigioso (de oposição):
QUADRO COMPARATIVO DAS DUAS DINÂMICAS
)A) (B)
DE IMAGINAÇÃO DE
IMAGINAÇÃO
AQUISITIVA PREVENTIVA
PROMOÇÃO
DA COMBATE AO
CARIDADE X EGOÍSMO
INDULGÊNCIA X INCLEMÊNCIA
ESPERANÇA X DESESPERANÇA
HUMILDADE X ORGULHO
JUSTIÇA X INJUSTIÇA
HONESTIDADE X IMPROBIDADE
VERACIDADE X MENDACIDADE
LEALDADE X DESLEALDADE
— A COMPLEMENTARIDADE DAS DUAS
DINÂMICAS DE IMAGINAÇÃO.
— A aquisição de valores
espirituais (Dinâmica A) e a rejeição
dos contra-valores (Dinâmica B) se completam na promoção pedagógica da evolução
anímica dos educandos. Essa complementação é comparável à unidade
côncavo-convexa de uma superfície curva. Como conseqüência, verifica-se uma
permanente interação entre as duas dinâmicas, através de suas funções
fundamentais aquisição (da dinâmica A) com a prevenção (da dinâmica B). Quando
o educando está em processo de desenvolver uma determinada perfeição, ao mesmo
tempo, está facilitando a rejeição da imperfeição oposta. E vice-versa, quando
o educando está em processo de rejeição de uma imperfeição, estará também
auxiliando o crescimento da perfeição oposta. Não se consegue desenvolver uma
perfeição sem abalar a resistência da imperfeição oposta. E, ao contrário, não
se consegue reduzir uma imperfeição sem propiciar o desdobramento da perfeição
oposta àquela imperfeição.
— Como conseqüência, as duas
dinâmicas educativas devem ser aplicadas juntas1 para obtenção do
efeito sinérgico, aquele “plus” (adicional). E em seqüência imediata, uma da
outra, na mesma Sessão de Trabalho Semanal, como consta no esquema do ciclo de
Desenvolvimento Espiritual (vide).
— Acresce ainda que eliminar
uma imperfeição equivale a adquirir a perfeição oposta, de conformidade com (CI
– 1ª-V, 3, § 3). Vide demonstração algébrica dessa afirmação na obra “Filosofia
Espírita da Educação” – 1º vol. Pág. 187.
QUADRO
COMPARATIVO
1.
É produzido pelo 1. É produzido pelo
inconsciente,
como autor. Consciente (como autor).
2.
O enredo é comandado 2. O enredo é
comandado
pelo
inconsciente pelo consciente
(autor).
3.
Há um sujeito, 3. Há dois sujeitos3:
o
autor do enredo, mas o autor do
enredo
inconsciente
e um (ativo) e o personagem
ou
mais personagens (passivo)4.
Como
objeto.
4.
O sujeito passivo 4. O sujeito está em
está
em estado estado de vigília
de
sono. (acordado).
5.
Este sonho às vezes, 5. Atende
sempre a um
contraria
o desejo desejo do sujeito.
Do
autor.
6.
Acontece à revelia 6. Acontece pela
vontade
da
vontade. Do sujeito – autor.
7.
Pode ser utilizado 7. Pode ser provocado
para
fins terapêuticos para fins
(Psicanálise). Pedagógicos.
1É o sonho normal, comum,
geralmente noturno, e se desenvolve à revelia do sujeito.
2É o sonho vigil; 3numa
só pessoa; 4Passivo em relação ao autor.
- O FATO
(A prática de um ato ingrato)
— Estou no pátio da escola
junto com três colegas e somos informados por um quarto que o nosso colega
Artur foi apanhado furtando o caixa da Cantina. E está agora se explicando no
gabinete do Diretor.
— — Os três colegas do grupo
são unânimes em condenar o Artur e o fazem com ácido repúdio ao que ele teria
feito.
— — Eu apenas ouço e me
recordo que o Artur é um excelente colega e já me auxiliou várias vezes com os
exercícios de Matemática. E tomei consciência que lhe devia um grande favor.
— — Senti o dilema moral de
acusa-lo ou defende-lo. Mas optei, acompanhando meus companheiros em acusa-lo,
desprezando o dever de gratidão.
— Terminada as aulas, fui para
casa e lá na tranqüilidade do ambiente passei a julgar num procedimento.
- AS MÁS CONSEQÜÊNCIAS
— Cheguei à conclusão de que
pratiquei infame ingratidão para com o meu amigo.
. Estou me sentindo desprezado de mim mesmo;
. Sinto minha alma manchada com uma nodoa escura;].
Meu colega por mim traído irá me avaliar como um ser desprezível;
. Como irei me comportar se com ele encontrar.
. E meus colegas que assistiram a minha carga contra
meu benfeitor não enxevalhar o meu nassir.
. Se meus familiares vierem a saber vão ter vergonha
de mim.
- DECISÃO E COMPROMISSO
— Tomo a decisão e o
compromisso moral de jamais perpetrar tamanha vilania;
— Para isso, estarei bastante
vigilante ante as insinuações de prática de ingratidões contra meus pais,
professores, amigos e todas as pessoas que me favoreceram de qualquer maneira,
me ajudaram, perdoando, tolerando; me prestigiando, instruindo, educando,
consolando, tratando, aconselhando, etc.
- A REPARAÇÃO DA
INGRATIDÃO
— Também decido a separar o
mel que pratiquei, procurando o meu amigo, e pedindo-lhe com humildade o seu
perdão pelo meu ato de ingratidão contra ele.
— Mas esse arrependimento e
separação só será completo se for penitenciar-me junto àqueles colegas na
presença das quais consiste a minha ingratidão.
- A CONQUISTA DA GRATIDÃO
— Por derradeiro, nesta rota
árdua de ascensão espiritual, impõe-se o desenvolvimento da perfeição da
gratidão (derivada da Justiça) como triunfo definitivo, sem retrocesso, ou
recaídas na ingratidão, qual pujante antídoto contra ela.
— O que é conseguido pelas
vivências muito vivas e ardentes de parte dos educandos, na execução desta
Dinâmica de Imaginação Preventiva (tipo B). Do que resultam o repúdio vigorasse
da ingratidão e das vivências, próximas da realidade, das dolorosas
conseqüências morais e sociais da ingratidão.
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