sábado, 22 de março de 2014

2.8. FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS (ESPECÍFICOS) DA PEDAGOGIA DA ESPIRITUALIDADE PELA TÉCNICA DE AFLORAMENTO PEDAGÓGICO DAS PERFEIÇÕES POTENCIAIS DO ESPÍRITO DOS EDUCANDOS



       (A POSSIBILIDADE)

         2.8.1. CONCEITO DE PEDAGOGIA E SUA LIMITAÇÃO

                        a). Para começar, seguem os conceitos constantes do dicionário Aurélio: “1. Pedagogia é a teoria e ciência da educação e do ensino. 2. Conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação e instrução que tendem a um objetivo prático. 3. O estudo dos ideais de educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos meios (processos e técnicas) mais eficientes para efetivar esses ideais. 4. Profissão ou prática de ensinar”.

                        b). LORENZO LUZURIAGA1 consegue concentrar o seu conceito em um mínimo de palavras, mas introduzindo nesse resumo a maior abrangência: “A Pedagogia tem por objeto o estudo da educação”. E, depois, desenvolve-a como arte, como técnica, teoria, ciência e filosofia. Porém, no final, retorna à nova contração: “A Pedagogia, na essência, é a ciência da educação”. E desdobra essa ciência em ciência descritiva (que é a educação ?), ciência normativa (como deve ser a educação ?), ciência tecnológica (como deve realizar-se a educação ?) ciência histórica (como se formou a educação ?).

                        c). RUY DE AYRES BELLO2 atribui à Pedagogia, naturalmente com o concurso da Filosofia da Educação, algumas funções específicas como os estudos da educabilidade humana, limites da educação, sua legitimidade e necessidade.

                        d). CONCEITO ESPÍRITA. Já foi proposto, em obra anterior, um conceito espírita de pedagogia, porém genético3, partindo da visão e reflexão crítica do fato educativo bruto, através da lente da Filosofia Espírita da Educação. Dessa forma de geração, resultou o seguinte conceito:
                        “Pedagogia Espírita é um sistema de princípios normativos, conhecimentos educacionais e teorias pedagógicas obtido pela reflexão indireta e crítica sobre o fato educativo, através do prisma da Filosofia Espírita da Educação, por meio da razão humana e das ciências pedagógicas auxiliares, Psicologia, Sociologia, Biologia e Antropologia Espíritas, que possa dar sentido objetivo e prático àquela filosofia”.
                        Essa definição é também pela forma da causa final: dar sentido objetivo e prático à Filosofia de Educação adotada.

                        e). LIMITAÇÃO. No presente estudo, não se utilizará do amplo espectro conceitual da Pedagogia. Limitado fica apenas a uma das suas funções constitutivas: como a ciência das possibilidades pedagógicas da educação, particularizando-a na aplicação às possibilidades da técnica ora em proposição. Ou seja, responder à pergunta: é possível aos educandos
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1 “Pedagogia” – Cia. Editora Nacional – São Paulo – 1970 – 7ª ed. – pág. 4.
2 “Filosofia Pedagógica” 3ª edição – Editora do Brasil – São Paulo – 1961, págs. 39 a 57.
3 Em “Filosofia Espírita da Educação”, 1º vol., pág. 76 e gráfico na pág. 77, e pela qual é indicada a composição, origem e finalidade dessa pedagogia.       
devidamente induzidos e assistidos pelo educador, procederem ao desenvolvimento de sua espiritualidade pela Técnica Pedagógica do Afloramento das Perfeições do seu espírito ?

            2.8.2. POSSIBILIDADE, PELA PEDAGOGIA COMUM, DA EXISTENCIA DO POTENCIAL ESPIRITUAL (PELA MATURAÇÃO).

                        a). A Pedagogia tradicional, servindo-se de suas auxiliares a Biologia e a Psicologia educacionais, destaca o principio da maturação física, orgânica e psíquica do educando. Muito bem! Pergunta-se: seria possível a maturação nessas três formas sem que existam na criança em estado potencial essas capacidades, aguardando o tempo de realização (maturação) no devido tempo? É obvio que não: se há maturação, é maturação de algo pré-existente, de germes, sementes que germinam, crescem, despontam e manifestam-se. O adulto físico, orgânico e mental, que a criança será, esta imerso potencialmente em sua constituição infantil, porém, já em contínuo processo gradativo de crescimento. Embora a criança não seja um adulto em miniatura: ela tem a sua especificidade constitucional.

                        b). Passando-se da esfera, ou ordem, orgânica para a espiritual; do corpo ao espírito, observam-se adultos dotados das virtudes da humildade uns, da lealdade outros, da justiça alguns, ou da indulgência (perdão), resignação, coragem, etc., em diversos graus (iniciais ou médios) de desenvolvimento (não completos). Ninguém poderá negar esse testemunho vivencial na vida e observação de cada um. Ora, se surgem e despontam e se evidenciam em alguns adultos essas qualidades ou perfeições espirituais, de onde vieram? De fora? Da educação dos pais; da escola e dos professores? Deles vieram, no máximo, o exemplo e a formação, concorrendo os genitores e mestres no despertamento do potencial subjacente de perfeições, mas não para introduzi-las de fora para dentro. Ora, educar (“educere”) é tirar, de dentro para fora. Logo, essas sementes espirituais forçosamente estão no âmago da alma das crianças e de todos os educandos.

                        c). CONCLUSÃO: a Pedagogia comum apresenta, pelo reconhecimento científico do fenômeno da maturação global da criança, a real possibilidade da existência do potencial espiritual das perfeições.

            2.8.3 POSSIBLIDADE, PELA PEDAGOGIA ESPÍRITA DA EXISTÊNCIA DO POTENCIAL ESPIRITUAL (PELA CODIFICAÇÃO).

                        a). Dispõe-se ainda de incisivos registros de textos capturados na Codificação, indicando a possibilidade doutrinária da realidade das “sementes” (em sentido figurado) das perfeições no espírito do ser humano, e do educando como seu portador congênito e privilegiado:

                                   (OP – Morte Espiritual, p.16): “Todas as faculdades, todas as aptidões, se encontram em germe no espírito desde a sua criação, mas em estado rudimentar, como todos os órgãos no primeiro filete do feto informe, como todas as partes da árvore na semente. O selvagem, que mais tarde se tornará homem civilizado, possui, pois, em si os germes, que, um dia, farão dele um sábio, um grande artista, ou um grande filósofo”.
                                   “A medida em que esses germes chegam à maturidade, a Providência lhes dá para a vida terrestre, um corpo apropriado às suas novas aptidões”.
                                   (LE – Q.754, p2): “Em estado rudimentar ou latente, todas as faculdades existem no homem”.
                                   (LE – Q.873): “É fora de dúvida que o progresso moral desenvolver esse sentimento (de justiça), mas não o dá, Deus o pôs no coração do homem”.
                             – (EE – XIX, 12): “No homem, a fé é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em germe no seu íntimo, a princípio, em estado latente (...)” e que cumpre ao homem fazer que desabrochem e cresçam pela ação de sua vontade”.
                             (EE – X, 18): “Sempre há nas dobras mais ocultas do coração o germe dos bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual”.
                             – (EE – XI, 9, p2): Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o germe vivaz (da lei do amor) que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los”.

                        b). Ainda, os textos de (OP-Profissão de Fé....,15). (CI-1ª, III, 6) e (QE – III, 114) referem-se às aptidões com as quais os Espíritos são criados “perfectíveis para tudo conhecerem e adquirirem com o tempo e para progredirem em virtude do seu livre-arbítrio”.

            2.8.4. POSSIBILIDADE, PELA PEDAGOGIA ESPÍRITA, DO AFLORAMENTO DO POTENCIAL ESPIRITUAL (PELA CODIFICAÇÃO).

                        a). No item anterior, constatou-se a existência das perfeições potenciais no fundo das almas.Agora vai-se verificar a possibilidade da emersão delas ao nível do comportamento:

                                   (EE – XIX, 12): “Cumpre ao homem fazer que desabrochem e cresçam pela ação de sua vontade (as faculdades imensas depositadas em germe no seu íntimo”

                        Se é dever do homem, atribuído pela Doutrina Espírita, fazer que desabrochem esses germes, é porque isso é possível.

                                   (LE – Q.754, p2): “(As faculdades latentes que existem no homem) desenvolvem-se, conforme lhes sejam mais ou menos favoráveis as circunstâncias”.
                       
                        Reiterada a possibilidade de desenvolvimento dessas faculdades latentes em:
                                   (EE – XIX, 12, final): “Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que até hoje, eles chamaram de prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas”.

                        Ainda a possibilidade:

                        b). Todavia, a razão do presente trabalho visa a um tratamento pedagógico específico do desenvolvimento da espiritualidade. Para este tratamento técnico e prático, a Codificação ainda faculta créditos doutrinários? R: Sim, como passa-se a demonstrar. Os termos usados são outros (arte ou ciência). Mas o significado é o mesmo do tratamento pedagógico provocado, de indução assistida pelo educador. Para o que basta ler com atenção os textos em que Allan Kardec, já em meados do século XIX, acenava com uma futura arte de formação de hábitos espirituais:

(LE – Q.685a, P2): “Quando essa arte (de formar caracteres, de incutir hábitos) for conhecida, compreendida e praticada (...)”.
– (LE – Q.917, p3): “Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação”.

Observe-se bem que se não trata de um resultado espiritual totalmente espontâneo e natural, unicamente “pela força das coisas”. Mas sim, mais exatamente da “arte de manejar os caracteres” comparável à arte de “aprumar plantas novas” , “exigindo tato, experiência e profunda observação”.


c). Como se esses textos não bastassem, Kardec ratifica pela “Revista Espírita” de 1864 1 o que previu sete anos depois de “O Livro dos Espíritos”:
               (RE – 1864  ): “Um dia, compreender-se-á que este ramos da educação (o da educação moral) tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa palavra que é uma verdadeira ciência; talvez um dia, também, será imposta a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como se impõe ao advogado a de conhecer o direito”.

d). Note-se a referencia a uma época futura (“um dia”, “talvez um dia”). Vários elementos desse texto indicam claramente tratar-se de um procedimento especificamente pedagógico, provocado ou induzido por um educador (como exemplo, a mãe de família). E tendo “seus princípios e suas regras”, para tornar-se uma “verdadeira ciência” como a do direito. Enfim, uma pedagogia.

e). E para arrematar, vencendo qualquer dúvida, conta-se com o disposto em outro texto da Codificação que reconhece a existência de leis que regem a natureza moral, cujo conhecimento capacitará a educação a “modificar” a natureza moral do educando:
                          
– (LE – Q.872, p.1º, final): Cabe á educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene”.

f). Convide-se os estudiosos da Doutrina para o estudo da hipótese de que essas leis possam estar já assistematicamente dispersas ao longo dos textos da Codificação Espírita. Ainda que como simples esboços fundamentais delas, conforme exposição proposta em seguida.
Com apoio em (LE-Q.872, p1º), poderiam, essas leis, ser intituladas como:

            2.8.5. LEIS ESPIRITUAIS QUE REGEM A MODIFICAÇÃO PEDAGÓGICA DA NATUREZA MORAL DO HOMEM:
a). 1ª LEI – DO POTENCIAL ESPIRITUAL: as sementes das perfeições espirituais jazem em estado potencial e inercial no fundo do espírito humano:
– (LE – Q.754, p2), (LE – Q.776), (EE – X, 18)
– (EE – XIX, 12, final), (EE – XIX, 12), (EE – XI, 9, p2)
– (OP – Profissão de Fé....15), (OP – Morte....,p16).
– (CI – 1º, III 6), (QE – III, 114).

b). 2ª LEI – DA ORIGEM DO POTENCIAL: Deus, no ato de criação de cada Espírito, depositou no seu âmago as sementes de todas as perfeições:
– (LE – Q.873), (EE – XIX, 12), (EE – XI, 9, p2).

c). 3ª LEI – DA CONSCIÊNCIA HUMANA DA EXISTENCIA DESSE POTENCIAL, MAS AINDA NÃO APROVEITADO: “a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros”, como conteúdo desta consciência:
– (EE – XIX, 12).

d). 4ª LEI – DA ANGÚSTIA PROVOCADA POR ESSA CONSCIÊNCIA DA INFERIORIDADE NÃO VENCIDA.
– O vivo sentimento de incompletude espiritual:
·         (LE – Q.975), (LE – Q.992), (LE – Q.999)
– A angústia moral decorrente dessa incompletude:
_________________________
1 Pág. 40, edição EDICEL.  
·         (LE – Q.133ª), (LE – Q.195a, p2), (LE – Q.943)
·         (LE – Q.574), (LE – Q.970), (LE – Q.895), (LE – Q.1004).

e). 5ª LEI – DO LIMITE DE SUPORTABILIDADE: A angústia e o desconforto moral atinge o limite da resistência ao bem:
– (LE – Q.333), (LE – Q.784), (LE – Q.944), (LE – Q.1006)
– (CI – 1ª, IX, 21), (CI – 1ª, VII, Código.......19º)
– (LE – Q.1009, p6), (GE-III, 7)

f). 6ª LEI – DA POSSIBILIDADE DA GERMINAÇÃO DESSAS SEMENTES (1ª LEI) E CONSEQÜENTE AFLORAMENTO DAS PERFEIÇÕES: essas sementes são suscetíveis de germinação e desenvolvimento em perfeições pela ação adequada do próprio espírito do educando:
– (LE – Q.754, p2), (EE – XIX, 12).

g). 7ª LEI – DO MÉTODO DE AFLORAMENTO: pode esse método valer-se dos “princípios e regras” aos quais se refere KARDEC, constituindo aquela “arte de formar os caracteres, como uma “verdadeira ciência”; “exigindo muito tato, muita experiência e profunda observação” (LE – Q.917). Segundo os seguintes processos:
– formação pedagógica induzida dos hábitos do bem e relativas às perfeições almejadas:
·         (LE – Q.685a, p2), (LE – Q.917).

– Repetição exaustiva dos atos da mesma natureza das perfeições pretendidas:
·         (LE – Q.36554a) 1
– Aproveitamento das oportunidades que se apresentam eventualmente no decurso da vida social cotidiana para a prática desses atos:
·         (CI – 1ª, III, 8)
– Gradação desses atos em três estágio, do mais fácil ao mais difícil:
·         (LE – Q.561); (LE – Q.737), (LE – Q.194a. p2), (LE – Q.191a,p2).
– Sucessão das perfeições a serem desenvolvidas: de duas em duas:
·         (OP – Morte Espiritual, p10).

h). 8ª LEI – DO IMPULSO ÍNTIMO PARA REDUZIR E VENCER A INCOMPLETUDE ESPIRITUAL E A ANGÚSTIA DA INFERIORIDADE: progredir é o imperativo categórico da alma para si mesma, recuando assim diante do limite intransponível da suportabilidade, para retomada do progresso espiritual:

– (LE – Q.768) 2 (LE – Q.778) 3.
E todos os oito textos da Lei da Suportabilidade já citados, e que se ordenam a esse impulso interior para recuar da resistência à prática do bem.
·         Essas leis da suportabilidade às conseqüências do mal fazem parte do 6º ESTUDO COMPLEMENTAR intitulado “Linhas Condutoras do Desenvolvimento Espiritual”, constante da obra “Filosofia Espírita da Educação” – vol. nº 5 págs. 189 a 196 – Ed. FEB).

X           X          X


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1 Indiretamente sugestiva. Por extensão.
2 “O homem tem que progredir”.
3 O homem tem que progredir incessantemente”.



            2.8.6. RESSALVA NECESSÁRIA. Não se mantém a pretensão, descabida aliás, de ter-se formulado essa arte (ou ciência) de formação do caráter, prevista por ALLAN KARDEC nos textos já transcritos. Apenas tentou-se levantar a questão, neste crepúsculo do século XX e alvorada do XXI, e com o objetivo de lembrar este encargo às gerações, que advirão mais capacitadas do que as atuais, para desenvolver estudos e experiências pedagógicas com o fim de corporificar essa arte. E também o intuito de contribuir com uma proposta de técnica pedagógica que poderá servir de base para futuros estudos.

            2.8.7. RESUMO
                       
a). Conceituou-se pedagogia e a sua limitação à ciência das possibilidades em educação.
b). Levantou-se a hipótese da possibilidade pedagógica da Técnica de Afloramento das Perfeições Potenciais do Espírito.

c).Primeira possibilidade (pela pedagogia comum): pelo fato da maturação, verifica-se: 1º - a existência do potencial espiritual; 2º - esse potencial pode emergir para o nível do comportamento consciente.

d). Segunda possibilidade (pela pedagogia espírita): pelos textos da Doutrina Espírita, verificam-se: 1º - a realidade da existência dos “germes” das perfeições espirituais em estado latente no fundo das almas; 2º - a possibilidade do afloramento dessas perfeições.

e). Terceira possibilidade (pela previsão de Kardec): do tratamento técnico-pedagógico – e não apenas espontâneo, “pela força das coisas” – de indução assistida desse afloramento das perfeições.

f). Levantou-se a hipótese de que as Oito Leis Espirituais que Regem a Modificação Pedagógica da Natureza Moral do Homem (LE – Q.872), estejam já assistematicamente esparsas nos textos da Codificação Espírita.
X          X        X
            2.8.8. SILOGISMO LÓGICO-PEDAGÓGICO
– Pode-se até montar o seguinte silogismo, fundamentado em que se dois objetos de conhecimento são convenientes a um terceiro, são conveniente entre si:
·             PREMISSA MAIOR: se há uma relação de conveniência entre pedagogia e ciência de educação:
·             PREMISSA MENOR: se há uma relação de conveniência etimológica e real, aliás, entre educação e o processo de tirar (de dentro para fora) o potencial das perfeições que jazem no espírito (“educere”);
·             CONCLUSÃO: há uma relação de conveniência entre pedagogia e o processo de tirar (de dentro para fora) o potencial das perfeições que jazem no espírito.

            2.8.9. A VIRTUDE, OU SEJA, UM CONJUNTO DE PERFEIÇÕES ESPIRITUAIS, PODE SER ENSINADA?

a).A virtude (aqui chamada conjunto de perfeições) é tratada no diálogo de PLATÃO chamado “Mênon”. No qual Platão conclui, pela boca de Sócrates, segundo os seguintes pontos:
1º - a virtude não é dádiva que se possa receber por obra de nossa própria natureza;
2º - Não é ciência que possa se ensinada;
3º - Não a obtemos pela intervenção da inteligência (razão);
4º - Nós a temos por graça divina, por um exclusivo favor divino.

X          X        X

                                   2.8.10. PERGUNTA. Como se pode incorporar essa doutrina platônica à tese da Pedagogia da Espiritualidade Pelo Afloramento Didático das Perfeições Potenciais do Espírito do Educando ?

                                   c). – 1º. Considerando essa graça divina, ou favor de Deus, como aquela infusão primordial das sementes de todas as perfeições nas almas criadas por Deus e no mesmo ato da criação delas. Essa infusão realmente vem pela graça da misericórdia divina.
                                          2º. Sementes essas que cabe a cada espírito humano fazer germinar em si mesmo, para desenvolvem-se e culminarem em atos objetivos da perfeição considerada. O que pode ser pedagogicamente obtido pela repetição suficiente, na vida cotidiana, dos atos da mesma natureza da perfeição que se almeja induzir o educando a desenvolver em si e por si mesmo, num processo induzido, mas auto-educativo, assistido e acompanhado pelo educador.

                                   – Portanto, a perfeição, ou virtude, é o resultado da participação primordial de Deus. Seguida da contribuição do próprio homem, para fazer aflorá-la do fundo de sua alma, onde estava depositada pelo Criador, em estado potencial e inercial. Pela sua boa e permanente vontade e grande esforço moral, o homem fará jus ao mérito da conquista e posse da perfeição visada.

d). Conclui-se também, pela tese da Pedagogia da Espiritualidade em conformidade com a teoria de Socrates/Platão que a virtude não é ensinável: a mesma conclusão de Platão. O papel do educador, que chamamos de indutor, não é o de ensinar a virtude no sentido de incuti-la ou de comunicá-la de si ao educando. Mas é, sim, o de criar todas as condições ambientais, morais, pedagogias, didáticas motivacionais, etc., para que o educando: 1º - admire e estime com verdadeira veneração a perfeição que deseja conquistar, mediante técnicas especiais; 2º - que passe a praticar espontaneamente os atos correspondentes, que, bastante repetidos, durante longo tempo, formam o hábito dessa perfeição, hábito esse que é a própria perfeição.
e). Assim, procedendo, o educador, estará também seguindo a pedagogia de Rousseau, da chamada educação negativa, na qual o mestre não ensina, mas cria todas as condições para o educando querer e aprender efetivamente. Como um jardineiro cultiva a planta, deixando-a crescer naturalmente, mas também preparando o solo, extirpando as ervas daninhas, adubando o terreno e regando a planta; tudo isso, sem interferir diretamente nela. No caso da educação, monitorando, acompanhando, induzindo e assistindo o educando. E este, assim, educa-se, a si mesmo.
f). Por isso, para Aristóteles, a virtude não é ensinável; mas pode ser aprendida, praticando, o educando, muitos atos repetidos da virtude que deseja desenvolver. O justo aprende a justiça praticando atos de justiça; o sábio torna-se sábio praticando atos de sabedoria; o bom adquire a bondade praticando atos de bondade. Como se está propondo e metodizando para a Pedagogia da Espiritualidade.

– Perfectibilidade. Essa condição congênita à criação dos Espíritos pelo Criador, nada mais é do que o conjunto de todas as “sementes” das perfeições espirituais depositadas por Ele no fundo das almas. E preordenada à perfeição futura e remota delas, como puros Espíritos. Cujo fiador é o próprio Criador, pela estrutura psicológica e moral que introduziu nos Espíritos criados. Estrutura essa que não as “sementes” de todas as perfeições espirituais.


2.9. FUNDAMENTOS DIDÁTICOS
(ESPECÍFICOS)
DA PEDAGOGIA DA ESPIRITUALIDADE
PELA TÉCNICA DE AFLORAMENTO PEDAGÓGICO
DAS PERFEIÇÕES POTENCIAIS DO ESPÍRITO
DOS EDUCANDOS
 
2.9.1. CONCEITO DE DIDÁTICA 1.
                        a). Costuma-se definir a Didática como sendo a ciência, a arte e a técnica da direção da aprendizagem 2, podendo resultar num método de ensino adequado.
                        Daí o modo de aprender, o como se aprende, mas principalmente como o mestre deve conduzir a aprendizagem.
                        No caso em tela, trata-se de equacionar uma didática pela qual o educador possa acompanhar e assistir o educando para induzir em seu espírito a disposição íntima e moral de procedimentos pessoais em consonância com a Técnica de Afloramento de suas Perfeições Potenciais.

            2.9.2. DUAS INTERROGAÇÕES DE HOJE COM DUAS RESPOSTAS CLÁSSICAS DE 2.400 ANOS ATRÁS:
                                   a). Haverá uma didática específica para o Desenvolvimento da Espiritualidade pelo Afloramento das Perfeições Potenciais?

                                   b). 2ª – Pode ser aprendido pelo educando esse processo de Desenvolvimento da Espiritualidade, devidamente assistido pelo educador?

                                   c). Faça-se um recuo histórico à Grécia Clássica do IV século a.C., quando viveram Platão e Aristóteles. Nessas duas fontes de sabedoria, encontrar-se-ão as raízes mais profundas da didática que se busca.

            2.9.3. PLATÃO E O ENSINO DA VIRTUDE
                                   a). Platão (428-347 a.C.), em seu diálogo “Mênon”, ou “da Virtude3, parece concluir que a virtude não é ensinável. Podendo, todavia, ser aprendida. Não haveria uma didática das perfeições. Não obstante, pela Teoria da Reminiscência da idéias perfeitíssimas, vislumbradas antes da reencarnação das almas 4, poder-se-ia apreendê-las por um processo dialético. Assim, para Platão, aprender as virtudes seria apenas recordá-las.

                                    b). O diálogo Mênon realmente ficou inconcluso. Ora parece que o discípulo de Sócrates não admitia a pedagogia da virtude. Ora nos parece que sim, sugerindo uma didática para ela. A qual consistiria em proceder junto ao discípulo a reminiscência das idéias
___________________________
1 Em obra anterior, “Filosofia Espírita da Educação”, (Ed. FEB), foi proposto um conceito de Didática Espírita derivado geneticamente do conceito de Pedagogia Espírita, e que induz a noção de Educação Espírita. Vide no 1º volume, págs. 81/82.
2 Idéia comum a Th. Miranda Santos, Luiz Alves de Matos e A. Amaral Fontoura, com algumas variações.
3 Neste presente trabalho, temos procurado substituir a palavra virtude pela expressão perfeições espirituais, mais permeáveis à abordagem didática e prática.
4 Sócrates e Platão eram reencarnacionistas.
inatas, acordando-as do fundo das almas, onde se achavam adormecidas, depois de contempladas no mundo das idéias (padrões de perfeições) antes da reencarnação.

            2.9.4. ARISTÓTELES E O ENSINO DA VIRTUDE

                                   a). Já o seu discípulo Aristóteles (384-322 a.C.) estabeleceu em sua obra “Ética a Nicômaco”, o que se pode considerar como o modo de aquisição de virtudes. E registrou a seguinte advertência:

                                   – (“Ética a Nicômaco”, livro II, cap.II): “o presente tratado não é uma pura teoria, como podem ser outros muitos. Não nos consagramos a essas indagações para saber o que é a virtude, senão para aprender a fazermo-nos virtuosos e bons; porque, de outra maneira, este estudo seria completamente inútil. É portanto, necessário que consideremos tudo o que se refere às ações, para aprender a cometê-las, porque elas são as que decidem soberanamente o nosso caráter, e delas depende a conquista de nossas qualidades” (SIC).

                                   b). conseqüente com esse maravilhoso pensamento tão prático, exarou, Aristóteles, o princípio fundamental da didática da Educação Moral através da formação dos hábitos do bem 1:
                                   – (idem, livro, II, cap.I): “As virtudes só provêm da repetição freqüente dos mesmos atos (da mesma natureza).
·         “Não é, pois, de pouca importância contrair esses hábitos desde a infância, e o mais cedo possível tais ou quais hábitos”.
·          “As virtudes não existem em nós pela simples ação da natureza, nem muito menos contra suas leis, senão que a natureza nos fez suscetíveis às virtudes, e, o hábito é que as desenvolve e as aperfeiçoa em nós”.
·         “Só adquirimos as virtudes depois de havê-las previamente praticado”.
·          “Com elas sucede o que acontece com todas as demais artes; porque nas coisas que não se podem fazer senão depois de havê-las aprendido não as aprendemos senão praticando-as”.
·          “Assim, alguém se faz arquiteto construindo; se faz músico compondo música. De igual modo, se faz justo praticando a justiça; sábio, cultivando a sabedoria; valente, exercitando o valor”.
– (idem, cap.IV): “As virtudes só são conquistadas mediante a constante repetição de atos de justiça, de temperança, etc”.
·         “Os atos que produzem as virtudes não são justos nem de temperança (...), senão que é preciso que o que age se ache em certa disposição moral no momento mesmo de agir: ato virtuoso não é nada por si mesmo sem a intenção daquele que o produz”.
·         (cap. VI): “A virtude é um hábito ou maneira de ser”.
                                   c). Ensinamentos extraídos:
                        – 1º. o despertamento das perfeições espirituais se faz pela via eminentemente prática: atos, ações. E não pela via teórica; o caráter depende das ações e não de idéias.
                        – 2º. a aprendizagem das perfeições deve ser iniciada desde a infância, pela formação dos respectivos hábitos, ou sejam, os hábitos da prática dessas perfeições;
                        – 3º. as virtudes não procedem de fora do homem, e sim por força (de dentro) de nossa própria natureza por esforço moral próprio, pessoal.




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1 Que é a base da técnica pedagógica do Afloramento das Perfeições Potenciais do Espírito.
                        – 4º. o efeito cumulativo da repetição dos atos de perfeições é indispensável para despertá-las;
                        – 5.º- a indispensabilidade da instauração prévia de disposição moral na alma do educando que motive moralmente seus atos.
           
                                   d). Uma perfeição, depois de consolidada em hábito, possibilita o cometimento desses atos com o mínimo de esforço e sacrifício. Mas a conquista desse hábito é árdua, e mediante a repetição de muitos atos e de ingentes esforços e renúncia, requerendo a assistência hábil e pedagógica do educador para isso preparado.
                                   E são esses atos que, repetidos, formam o hábito das perfeições, que, segundo o Estagirita 1, conduzem à felicidade, numa perfeita proporcionalidade entre virtude e felicidade. Por isso, escreveu:

– (idem, livro I, cap.IV): “(...) Essas condições devem ser realizada durante uma vida inteira e completa, porque uma só andorinha 2 não faz o verão, como não faz um só dia formoso; e não pode dizer-se tampouco que um só dia de felicidade, nem mesmo uma temporada, baste para fazer um homem feliz e afortunado”.

                                   e). De todos esses luminosos textos, extraiu-se o epicentro da didática da Pedagogia da Espiritualidade, ou melhor, da autodidática das perfeições, que está sendo procuranda para a técnica da emersão das potencialidades do espírito:
aprender uma perfeição é
repetir os atos da mesma natureza
dela, ou seja, é formar o hábito
dessa perfeição almejada.
Desde que esses fatos sejam motivados
Pela intenção de uma disposição moral.

            2.9.5. A CONTRIBUIÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA PARA A FORMULAÇÃO DESSA DIDÁTICA

                                   a). Qual o posicionamento da Doutrina Espírita nesta área da Didática, diante das idéias de Platão e de Aristóteles?
                                   Resposta: a Doutrina harmoniza as posições desses dois filósofos, e vai mais além deles:
                                   – 1º. A Doutrina incute novo sentido à reminiscência de Platão: o que o Espírito aprendeu no Plano Espiritual e em vidas passadas se manifesta na vida terrena consecutiva em forma de intuições e tendências reencarnatórias, e não como conhecimentos formais, nítidos. O que inclui predisposições para conhecimentos já conquistados, para aprimoramento de qualidades já desenvolvidas, para aproveitamento de experiências do passado anímico, bem sucedidas ou não, culpas e expiações. Toda essa bagagem concorrendo para a fixação de disposição congênita para reaprender o passado anímico. Acrescentando aos antigos conhecimentos novas aquisições, assegurando o prosseguimento do desenvolvimento espiritual, pela aprendizagem.
                                   – 2.º- Quanto á proposta de Aristóteles, o Codificador consagra-a quando magistralmente estabelece em (LE – Q.685a, p.2):
·        “A arte de formar os caracteres, a que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”
________________________
1 Referência a Aristóteles, por ter nascido na cidade de Estagira (Macedônia).
2 A figura dessas andorinhas está posta no lugar dos atos. Assim como uma só andorinha que chega não “traz” o verão; e sim quando muitas chegam no lugar, assim também, um só, ou poucos atos de virtude, não a estabelecem, e sim, muitos atos.
                                   b). E o texto de (LE – Q.375a) sugere, embora na área psiquiátrica, que a repetição dos mesmos atos exerce influência sobre o espírito.
                                   – Kardec também retoma de Aristóteles a importância da formação dos bons hábitos das perfeições como base da Educação Moral. E até anuncia para o futuro o conhecimento dessa arte e ciência. São três textos já reproduzidos no capítulo sobre a Pedagogia (vide).
                                   – Kardec, assim, em inspirada e distante antecipação, lançou os alicerces da futura e possível “arte de manejar os caracteres”.
·        Sendo esses hábitos os do bem (caridade, indulgência, humildade, esperança, honestidade, veracidade, etc.), a sua formação instrui a Técnica de Afloramento induzido das Perfeições Potenciais que estão sendo legitimadas.

            2.9.6. CONCILIAÇÃO DA IDÉIA DIDÁTICA DE  PLATÃO COM A DE ARISTÓTELES
                        Com amparo nos textos da Doutrina e nas glosas de Kardec pode-se promover a conciliação dos conceitos de aprendizagem de Platão e de Aristóteles:

                                   a). Platão: Aprender a virtude é recordar as idéias contempladas antes de reencarnar (Teoria da Reminiscência);
                                  
                                   b). Aristóteles: Aprender a virtude é repetir suficientemente os atos de virtude.
                                   c). CONCILIAÇÃO: a reminiscência dos atos do passado anímico só têm força de emergir como aprendidos na vida subseqüente sob a forma de intuições, tendências, experiência, conhecimentos e perfeições (concessão a Platão); mas se esses atos tiverem sido repetidos suficientemente naquele pretérito (concessão a Aristóteles), tornam-se marcantes e incisivos nas almas reencarnadas. Mas a emersão deles na encarnação seguinte processa-se natural e espontaneamente, em princípio, e o hábito terá transitado de uma vida para outra (LE – Q.894) como tendência.
                        – Vide em “Filosofia Espírita da Educação”, 1º vol. Págs., 250 a 251, a tese sobre virtualidades relativas e virtualidades absolutas.

            2.9.7. O CÍRCULO VICIOSO DE ARISTÓTELES

                                   a). Para podermos equacionar a didática procurada, temos que voltar ao esquema de ARISTÓTELES de formação dos hábitos. Nele parece surpreender-se uma argumentação de ordem circular, ou seja, um círculo vicioso 1.


LEITURA DO CÍRCULO
- os atos (A1), da mesma natureza e grau de dificuldade (1), dependem de já se possuir essa perfeição em grau (P1):
- porém, essa perfeição (P1), para ser conquistada, depende da prática dos atos de grau (A1): eis aí o círculo vicioso.
 
 
 
                  b). Em resumo:

                                   – 1º .  a aquisição de determinada perfeição depende dos atos repetidos dessa perfeição;
                                   – 2º. por sua vez, para se praticar esses atos, é necessário que já se possua essa perfeição.
__________________________
1 Falta de lógica que consiste em definir, ou em demonstrar, uma coisa A por intermédio de uma coisa B, que apenas pode ser definida ou demonstrada através da coisa A”, (do “Vocabulário de Filosofia” Lalande).
·        É, portanto, um raciocínio infértil, sem progresso; o espírito estacionaria sem desenvolver a sua espiritualidade.

                                   c). SOLUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO CIRCULAR: A ESPIRAL VIRTUOSA CENTRÍFUGA
                                   – Para esse fim, é necessário abrir o círculo e transformá-lo numa espiral centrífuga (de expansão de dentro para fora).
                                   – Aplique-se essa espiral na formação do hábito da perfeição, da justiça (J), como exemplo:


                             ESPIRAL VIRTUOSA
         DO DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL DA
          PERFEIÇÃO DA JUSTIÇA SUBSTITUINDO
                           O CÍRCULO VICIOSO
 

                                   – LEITURA DA ESPIRAL:
                                   As letras As, dispostas de dentro para fora A1, A2, A3 etc., representam os atos de justiça em gradação de dificuldade crescente de cometimento. As letras Js apontam para a perfeição da justiça (pela reparação dos danos e agravos cometidos) como resultado em graus crescentes de valor J1, J2, e J3 etc., até a formação do hábito da justiça, JN.

                                   d). AS DUAS DIFICULDADES DA ESPIRAL.

                                   A espiral assim desenhada poderia gerar nas mentes mais apressadas duas dificuldades;
                                   1ª. No centro da figura, o início da série se dá com os atos bem fáceis A1. Porém, mesmo esses, para serem praticados, exigem um mínimo de desenvolvimento da perfeição em foco. E assim recair no circulo vicioso.

                                   e). SOLUÇÃO. Essa ínfima perfeição inicial terá de ser presumida. O que é perfeitamente aceitável, tendo em vista que nenhum ser humano nesta Terra está totalmente desprovido de um grau, mínimo que seja, de qualquer perfeição. Afinal, todos já reencarnaram muitas vezes. Seria inadmissível que já não tivessem desenvolvido pelo menos um naco de cada perfeição: uma partícula de paciência, uma nesga de humildade, uma pétala de amor, uma migalha de justiça, uma parcela de perdão, etc. Negar isso, equivaleria a extinguir a educabilidade humana e a lei de progresso, tornando inútil a existência, o que frustraria o intento do próprio Criador.
                                   2ª. Os expoentes de perfeições J1, J2, e J3, como exemplo, possibilitam o cometimento de atos de justiça A2, A3, A4 respectivamente, atos esses com expoentes superiores aos das perfeições que os geram.

                                   f). SOLUÇÃO. Veja-se bem a correta ordem causal entre perfeições (P) e atos a elas correspondentes (A):
                                   – Os atos, suficientemente repetidos, são os geradores de emersão das perfeições emergentes do fundo da alma para a formação dos hábitos correspondentes.
                                   – Porém, a recíproca nem sempre é verdadeira: os atos não são necessariamente gerados pelas perfeições. Eles podem ser cometidos por um impulso singular e exclusivo do livre-arbítrio. Se essa vontade (arbítrio) é livre mesmo, pode não depender de nada que lhe seja estranho, exterior, e decidir-se com absoluta liberdade. Contudo, muito excepcionalmente.
                                   – Não obstante, o grau já atingido pela perfeição em desenvolvimento reforça a vontade livre, facilitando a opção, que não deixa de, assim mesmo, permanecer livre.
                                   – Assim sendo, os atos A2 como exemplo da espiral podem ser produzidos pela confluência, ou sinergia de três fatores:

·        O livre-arbítrio absoluto independente de qualquer outro fator (não pode ser representado no gráfico).;
·        O fator J1 facilitador de A2 por um pequeno acréscimo (flecha tracejada J1                A2);
·        O fator A1 facilitador de A2 (pequena flecha cheia            A1             A2)
g). A espiral toma, assim, um novo aspecto:



s atos formadores de A1 (ponto central e inicial da espiral virtuosa) e assinalados como A podem estar situados remotamente em vida anterior.
 
 







                                   h). LEITURA – As linhas cheias e curvas (superiores) representam o desenvolvimento (por afloramento) da perfeição almejada, nos graus sucessivos J1, J2 e J3, promovido pela prática exaustiva dos atos dessa perfeição A1, A2, A3 respectivamente.
                                   As linhas tracejadas curvas (inferiores) representam um reforço, a contribuição dos graus já conquistadas J1, J2 e J3 para o cometimento de atos de graus superiores a eles A1, A2, A3, respectivamente.
                                   – As flechas horizontais e curtas entre os As indicam a contribuição dos atos anteriores de grau inferior para a consecução dos atos de grau imediatamente superior e posteriores.
                                   – Exemplo> a possibilidade da prática dos atos A2 (menos fáceis) decorre da confluência de duas contribuições:
·        1º - da perfeição de grau P1 já consolidado; 2º dos atos de grau A1 já cometidos:
                                              
           
                                              
                                               i). RESSALVA OPORTUNA. Essa leitura e respectiva figura espiral, um tanto complexas, são meramente teóricas. Unicamente para demonstrar racionalmente que atos de grau superior, A2 por exemplo, podem ser cometidos pela perfeição de grau inferior P1.
                                   – Por isso, essa leitura não é levada imediatamente à pratica da técnica, com essas minudências especiosas e complexas.
                                   – O estudioso, educador, ou praticante da técnica, deve agir diante dessa leitura  e  figura  como Alexandre Magno  diante  do desafio que  lhe  propuseram  de desatar  o nó
górdio: lançou mão da espada e num só golpe cortou a corda.... O desatamento impraticável do nó representa nessa história simbólica o enrolar-se e perder-se em teorias que não resolveriam problemas altamente complexos. O golpe de espada significa o espírito prático pragmático e simples, demonstrado por Alexandre.
                                   – Assim recomenda-se que o educador proceda.
                                   – Há também outro episódio histórico ocorrido na Grécia Antiga. Alguns pensadores tentaram demonstrar pela razão a realidade do livre-arbítrio, o que – diga-se de passagem – não é possível, porque a demonstração da liberdade a destruiria. Surge então outro filósofo, bastante prático pragmático também, afirmando que mostraria (não demonstração) a liberdade. Levantou-se do lugar onde estava sentado e, simplesmente, andou de um lugar para outro várias vezes, com evidente liberdade e convenceu os outros, com a maior simplicidade e espírito prático, a liberdade da vontade (livre-arbítrio).

            2.9.8. POSIÇÕES INICIAIS DO EDUCANDO

                                   a). São três as posições iniciais do educando na instauração do desenvolvimento da espiritualidade:
                                   – 1ª Posição . a de estacionamento em nível intermediário de desenvolvimento;
                                   – 2ª Posição . a de progresso, mas cadenciado por grande lentidão;
                                   – 3ª Posição . a de prosseguimento em marcha regular de desenvolvimento.

                                   b). Essas são as três posições iniciais possíveis. A impossível é a de início absoluto (de ponto zero), de carência de qualquer progresso, como já foi destacado anteriormente. Afinal, em regra, são Espíritos neutros neste mundo de expiação e provas, e já um pouco desenvolvidos espiritualmente.1

            2.9.9. OS DOIS PRINCÍPIOS GERAIS DA DIDÁTICA PROCURADA
                        Desse artifício geométrico, de solucionar o circulo vicioso pela transformação dele em uma espiral, resultaram os dois princípios que regerão a didática que se procura.

                                   a). 1º PRINCÍPIO – DA GRADAÇÃO
                                   – Fundamenta-se no pressuposto geral de que os atos mais fáceis de se praticar devem anteceder os mais difíceis, o que é de reconhecimento universal: na instrução (aprendizagem), nos esportes, nos ofícios, em qualquer estudo, e em tudo o mais.
                                   – Deve-se por isso, partir doa atos das perfeições mais fáceis de serem cometidos, e até triviais (A1); posteriormente, praticar os comuns (A2), menos fáceis até ficar-se em condições de cumprir os árduos e graves (A3):
                                   – Nesta gradação, os efeitos se fazem sentir na elevação progressiva e proporcional dos expoentes da perfeição que está sendo aflorada, a da justiça, por exemplo:

                                   ATOS TRIVIAIS:     A1 + A1 + A1 .....................             J1 (Justiça1)
                                   ATOS COMUNS:     A2 + A2 + A2 .....................             J2 (Justiça2)
                                   ATOS GRAVES :     A3 + A3 + A3 .....................             J3 (Justiça3)
 

                                   – E com os indispensáveis suportes doutrinários:
                                               (LE – Q.561): Todos (os Espíritos) têm que percorrer os diferentes graus  para se aperfeiçoarem”.
                                               (LE – Q.737): “Em cada nova existência, os Espíritos sobem um degrau nas escala do aperfeiçoamento”.
                                               (LE – Q.194a, p2): “A marcha dos Espíritos é progressiva (....). Eles elevam-se gradualmente na hierarquia”.
                                               ESCALAS GRADATIVAS. Para facilitar a instauração desse princípio, foram montadas Escalas Gradativas das perfeições em três graus sucessivos (1º, 2º e 3º graus). Vide adiante.

                                   b). 2º PRINCÍPIO – DA SUCESSÃO
                                    – Baseia-se na sabedoria popular e correta: uma coisa de cada vez. Ou na regra da guerra: dividir para atacar, e vencer por partes, uma de cada vez.
                                   – Na didática em estudo, não se deve tentar emergir muitas perfeições ao mesmo tempo. Mas sim de uma em uma.
                                   – A sustentação doutrinária desse princípio se acha nas “Obras Póstumas” de Kardec:
                                               (OP – A Morte Espiritual, p10): “No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não ficam apenas entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, conforme se dá quando do regresso à vida espiritual; todas, sem exceção, passam ao estado de latência. A vida corpórea tem por fim desenvolvê-las MEDIANTE EXERCÍCIO, mas nem todas se podem desenvolver simultaneamente, porque o exercício de uma poderia prejudicar o de outra, ao passo que por meio do desenvolvimento sucessivo, umas se firmam nas outras.
                                               Convém, pois, que algumas fiquem em repouso, enquanto outras aumentam....”.

                                   – É verdade que o Codificador está se referindo às faculdades do Espírito como a musical, a pintura, a poesia, as ciências, etc. Mas é de fácil aceitação que esse princípio da sucessão também é válido para as perfeições espirituais latentes, a serem afloradas, da mesma forma por exercícios práticos.
                                   – Note-se como o texto de Kardec acima transcrito, além de enfatizar a didática da sucessão ainda indica que o desenvolvimento espiritual se processa “mediante exercício”. Esse ensinamento credencia o qualificativo que foi dado, de Técnica para o Afloramento das Perfeições Espirituais. Se é necessário o exercício, este exige uma técnica, que nada mais é do que a sistematização e metodização desses exercícios, para a economia do esforço e do tempo, além de fixar muito bem os processos que conduzem ao fim colimado.
                                   – Dispõe-se ainda do seguinte suporte da Doutrina para o princípio da sucessão:
·        (LE – Q.792a): “Não progridem simultaneamente as faculdades do Espírito. Tempo é preciso para tudo”.

            2.9.10. RESSALVA SOBRE O CÍRCULO VICIOSO DE ARISTÓTELES

                                    a). Pelo enorme e sincero respeito e admiração que se tributam ao sábio grego, não há o intuito de corrigi-lo. Seria inútil diante da enorme superioridade intelectual do estagirita.
                                  
                                   b). O círculo vicioso, ou argumentação de ordem circular, que se atribui a Aristóteles, contempla mais a didática a qual tanto preocupa, do que uma falha dele. Seria até ridículo alguém adjudicar algum vício de lógica ao genial criador da Lógica Formal já no recuado IV séc. a.C.

                                   c). O que na realidade não se encontra nos seus três tratados de Ética1 é o esclarecimento patente e formal contra a possibilidade de o leitor deles ajuizar uma contradição lógica.
                                  
_________________________
1 “A Grande Moral”, “Moral a Eudemo” e “Moral a Nicômaco”.

                                               d). Aristóteles, no livro II, cap. IV de “Moral a Nicômaco”, levanta de passagem o problema:

                                               (“Moral a Nicômaco, Livro X, cap.X, 2ºp): “Os homens, segundo se diz, se fazem e são virtuosos, ou pela natureza, ou por hábito, ou mediante a educação. Quanto à disposição natural, não depende de nós, evidentemente; por uma espécie de influência divina se encontra em certos homens, que têm, verdadeiramente, se se pode assim dizer, uma boa sorte1.”
                                               – “Por outra parte, a razão e a educação não exercem, influência sobre todos os caracteres; é necessário que seja preparada com muita antecedência a alma do educando, para que saiba bem ordenar seus prazeres e seus ressentimentos, como se prepara a terra para receber a semente”.

                                   e). ANÁLISE. Segundo esse texto, os atos de virtude não são exclusivamente provocados pelo hábito adquirido, mas também por uma disposição natural congênita; ou, ainda, pela educação.
                                   Essa afirmação do estagirita desmonta o que foi chamado inicialmente de “circulo vicioso de Aristóteles”. E por que? – Porque os atos A1 de determinada perfeição P1 que podem abrir a série de atos que irão formar o hábito dessa perfeição, independem dela (P1), porque podem ser cometidos por efeito da própria natureza da pessoas ou pela sua educação. Todavia já se sabe que tal acontece por efeito de alguma intuição de vida anterior.

                                   f). Esse esclarecimento do preceptor de Alexandre soluciona aquilo que inicialmente foi chamado de “círculo vicioso de Aristóteles”, como se passa a demonstrar:

                                   – 1º os atos A1 de determinada perfeição P1 podem abrir a série de atos que irão formar o hábito dessa perfeição independentemente dela, perfeição P1, porque podem esses atos A1 ser cometidos por efeito da própria natureza congênita2 da pessoa ou pela sua educação.
                                   – 2º Se o sábio grego fosse reencarnacionista, poderia consolidar ainda mais esse esclarecimento, indicando que essa “natureza” inata decorre de um certo grau de hábito dessa perfeição já conquistado em vida anterior. Por quê ? Porque o grau espiritual atingido no fim de uma existência anterior é transmitido à existência posterior, com todas as perfeições e imperfeições relativas a esse grau.

 _________________________
1 Aristóteles não assumiu o principio da reencarnação, ou não se pronunciou sobre ele. Mas sim, seus antecessores, Sócrates e Platão que eram reencarnacionistas. E, por isso, precipitou-se e cometeu essa falha: a “boa sorte”, como diz.
2 Nesta palavra congênita (inata) está implícita a idéia da reencarnação que explica porque (A1          J1): esses atos A1 podem ter sua fonte mais remota em uma existência anterior, e assim já poderem gerar J1 na vida seguinte.

2.11. RESUMO DA FUNDAMENTAÇÃO
DA TÉCNICA DE AFLORAMENTO PEDAGÓGICO
DAS PERFEIÇÕES POTENCIAIS DO ESPÍRITO
 

2.11.1.     

                                   a). Pergunta diretriz. Há causas gerais e atuais da sociedade, da família e da escola modernas que clamam pelo desenvolvimento da espiritualidade?

                                   b). Resposta. SIM ! Há

                                   c). Argumento. Basta observar, Causas educacionais: pais pouco educam, a escola não educa; causas sociais: graves patologias sociais, desequilíbrio inteligência-moralidade.






FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS
 


(causas psíquicas)
 

 
            2.11.2.  

                                   a). Pergunta diretriz. Há condições psicológicas angustiantes que movem à procura de uma técnica saneadora ?

                                   b). Resposta. SIM ! Há;

                                   c). Argumento. 1. Consciência do potencial; 2. Sentimento de incompletude; 3. Desconforto psíquico; 4. Correlação incompletude-desconforto; 5. Limite de suportabilidade; 6. Impulso de autotranscendência (auto-superação).






FUNDAMENTOS TELEOLÓGICOS
 


(causas finais)
 

 
            2.11.3.   

                                   a). Pergunta diretriz. A técnica que está sendo proposta estabelece alguns fins específicos, ou objetivos, a serem atingidos ?

                                   b). Resposta. SIM ! Estabelece.

                                   c). Argumento. Fins: os 5 fins da Educação Espírita. Objetivos da Técnica: 1. A retomada da marcha evolutiva do espírito do educando; 2. Aceleração do movimento evolutivo; 3. A conquista  paulatina da felicidade pessoal do educando.





FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS
 


(possibilidade)
 

 
            2.11.4.   

                                   a). Pergunta diretriz. Seria possível criar-se uma Técnica Pedagógica de Afloramento das Perfeições Potenciais ?

                                   b). Resposta. SIM ! É possível.

                                   c). Argumento. Psicológicos: a conjunção entre os dois processos de maturação, o físico e o espiritual:
– Doutrinários: A existência das sementes das perfeições; a possibilidade de germiná-las; a futura arte que Kardec previu: a arte de manejar, de formar o caráter, a arte que incute hábitos, que é a arte da educação moral.



 
            2.11.5.   

a). Pergunta diretriz. A estrutura evolutiva do espírito pode reagir positivamente à indução pedagógica do desenvolvimento espiritual ?

                                   b). Resposta. SIM ! Pode.

                                   c). Argumento. É inegável que o espírito do homem evolui. Reforçando ou desenvolvendo perfeições, e expungindo-se das imperfeições opostas e correspondentes. Se assim evolui naturalmente, é evidente que pode evoluir também por processos pedagógicos dirigidos.







(valores)
 

FUNDAMENTOS AXIOLÓGICOS
 

 
            2.11.6.   

a). Pergunta diretriz. Poderá a Teoria dos Valores contribuir para a formulação da Técnica de Afloramento das Perfeições?

                                   b). Resposta. SIM ! Poderá

                                   c). Argumento. A assimilação valores/perfeições; a polaridade perfeições-imperfeições; a hierarquia das perfeições (valores); a escolha das perfeições a serem afloradas.






FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS
 


(as oportunidades cotidianas)
 

 
            2.11.7.   

a). Pergunta diretriz. Poderá a Sociologia contribuir para a montagem dessa técnica pedagógica?

                                   b). Resposta. SIM ! Poderá.

                                   c). Argumento. Estudando a Sociologia da Vida Cotidiana; valorizando a cotidianidade pelas oportunidades que oferece (dia-a-dia) para a prática de atos das perfeições em sítios diversos: lar, escola, templo, creche, rua, empresas, filas, bancos, etc.






FUNDAMENTOS DIDÁTICOS
 


(o modo)
 

 
            2.11.8.   

a). Pergunta diretriz. Haveria algum modo de induzir nos educandos o afloramento de suas perfeições espirituais ?

                                   b). Resposta. SIM ! Há.

                                   c). Argumento. Formando pedagogicamente os hábitos das perfeições almejadas, porque “a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos” (Kardec)
                                   – Pela repetição exaustiva dos atos da mesma natureza da perfeição visada, regulada pela gradação e pela sucessão progressiva dessas perfeições.







FUNDAMENTOS ÉTICOS
 


(os deveres e direitos)
 

 
            2.11.9.   

a). Pergunta diretriz. Deve-se induzir nos educandos o desenvolvimento de sua espiritualidade?

                                   b). Resposta. SIM ! Devemos.

                                   c). Argumento. É de reconhecimento universal a correlação das perfeições espirituais com a felicidade. Ora, a técnica se propõe a desenvolver essas perfeições. Logo, conduz à felicidade dos educandos. Por isso, deve-se induzir esse desenvolvimento. A Técnica resguarda e estabelece direitos e deveres dos educandos e dos educadores.






FUNDAMENTOS TÉCNICOS
 


(os meios)
 

 
            2.11.10.   

a). Pergunta diretriz. Haveria meios específicos para implementar tecnicamente o modo didático de formação dos hábitos das perfeições almejadas?

                                   b). Resposta. SIM ! E são as seguintes.

                                   c). Argumento. Os meios consistem em estabelecer Períodos Sucessivos de Aplicação de 7dias (Setenários, chamados Ciclos de Desenvolvimento Espiritual), durante os quais o educando é induzido a aproveitar as ocasiões que se apresentarem naturalmente, para praticarem os atos da perfeição almejada. Os educandos, para isso, são previamente preparados na escola em Sessões de Trabalho constituída por 4 dinâmicas: 1ª Dinâmica de Conscientização (relatos escritos); 2ª – Dinâmica de Motivação (valorização da perfeição em desenvolvimento); 3ª – Dinâmica da Imaginação (descrição de atos fictícios da perfeição em foco); 4ª – Dinâmica de Preparação (exercícios preparatórios com debates).

2.12. DIÁLOGO
ENTRE AS CIÊNCIAS QUE FUNDAMENTARAM
A TÉCNICA DE AFLORAMENTO PEDAGÓGICO INDUZIDO
DAS PERFEIÇÕES POTENCIAIS DO ESPÍRITO
 

“DRAMATIS PERSONAE”: 

                        1. ETIOLOGIA (causas sociais)                   6. AXIOLOGIA (os valores)
                        2. PSICOLOGIA (causas psíquicas)             7. SOCIOLOGIA (o lugar, o tempo
                        3. TELEOLOGIA (causas finais)                 8. DIDÁTICA (o modo)
                        4. ANTROPOLOGIA (o objeto espírito) 1     9. ÉTICA (os deveres)
                        5. PEDAGOGIA (a possibilidade)             10. TÉCNICA (a prática, os meios)

                        ETIOL. -        Tenho estado muito preocupada com o que tenho constatado na análise que venho fazendo das condições gerais de vida das sociedades e grupos humanos: nos lares, nos meios sociais, nas escolas, nos templos, nas instituições. É a criminalidade em expansão incontida, o tráfico de drogas acometendo todas as faixas de idade, principalmente adolescentes, a exacerbação do sexo, a gravidez prematura, a fragilidade da instituição familial, etc. Tudo isso gerando infelicidade, violência urbana, desamor generalizado, conflitos e desajustes de toda ordem.
                        AXIOL. – Acrescenta-se a tudo isso a inversão de valores...

                        ETIOL. – Exato! Procurei então, identificar a causa primeira – já que sou a ciência das causas – a mais profunda desse doloroso quadro humano social. E cheguei a uma conclusão: a raiz de tudo isso é o baixíssimo nível de desenvolvimento espiritual em que se encontram as sociedades e comunidades humanas. Estarei certa?
                        – O que estará pensando neste particular a minha colega Psicologia? Você como ciência da intimidade do homem, estará talvez em condições de identificar outras causas, as de ordem imaterial, psíquica, quem sabe...

                        PSIC. – Ai de mim! O que posso eu dizer se você como a ciência das causas sociais já concluiu que a falta de espiritualidade, ou melhor, a tirania da materialidade, é a grande vilã desse quadro devastador da paz, da harmonia e da felicidade geral? E assim você invadiu o meu próprio domínio: a interioridade do homem.

                        ETIOL. – É verdade! Você. Tem razão. A natureza imaterial do homem está sob a sua égide, embora não privativa. Mas assim procedi para justamente provocar o seu testemunho, já que estava tão arredia e indiferente ao meu discurso.

                        PSIC. – O que posso adiantar é que o homem tem, de certo modo, uma relativa intuição desse atraso espiritual que você muito bem descreveu. Sente-se ele, quando um pouco mais evoluído, incompleto; falta-lhe alguma coisa de ordem imaterial. Um crescente desconforto moral que atingiu já em muito homens o seu limiar de suportabilidade. E, por isso, anseia sair dessa situação angustiosa. Veja por aí minha querida irmã, que pouco pude contribuir.
__________________________
1 Limitada à Antropologia Anímica voltada para a dinâmica evolutiva do Espírito.
2 Limitada à Sociologia do Cotidiano (a cotidianidade).
                        ETIOL. – Muito pelo contrário, você acaba de descerrar para nós o esquema psicológico que poderá nos conduzir à solução dessa desafiadora conjuntura, que culmina no impulso insopitável do homem para vencer sua incompletude e acérrimo desconforto moral; para a retomada do progresso do seu espírito.

                        PSIC. – Mas vejam bem! Eu posso dar mais uma contribuição. Quando se trata de espírito e do seu progresso e aperfeiçoamento, entramos no domínio da Educação. Área essa com a qual muito tenho cooperado. Mas mesmo assim, não me cabe concluir se esse desenvolvimento seja possível. Apesar de poder ajudar nesse estudo, inclusive como já o fiz, desenhando as condições psíquicas atuais do homem, que relacionei como causas do quadro social dramático descrito pela nossa irmã Etiologia. Lanço então a pergunta bem clara: será possível pela educação das gerações futuras, isto é, das crianças, adolescentes e jovens de hoje, inverter esse quadro nesse oceano de materialidade? E acredito que a educação é a única alternativa para solucionar esses problemas da humanidade, desde que seja possível a formulação de didáticas e técnicas especialmente destinadas a esse desenvolvimento.

                        ETIOL. – Se não cabe a você e nem a mim, considerando-se que somos ambas, neste tema, apenas ciências das causas, porém não das soluções, a quem poderíamos apelar para verificar se é possível pela educação, como foi colocado, promover o desenvolvimento pedagógico da espiritualidade, no caso, dos educandos?

X           X           X

                        Neste momento, apresenta-se um novo personagem: a Pedagogia. E mesmo sem ser perguntada foi logo interferindo:

                        PED. – Eu estava no meu canto ouvindo o diálogo. Mas nada tinha a dizer, até que percebi que foi levantada a questão da possibilidade pedagógica de desenvolvimento da espiritualidade, para vencer as tormentosas patologias sociais e a angústia íntima dos homens. Porém, ao se referirem à possibilidade de uma solução pela educação vocês mexeram comigo, além de outras capacidades e funções, também sou a ciência das possibilidades em Educação.

                        PSIC. – Se assim é, se está dotada dessa capacidade, diga-nos se é possível desenvolver pedagogicamente nas escolas e nos lares, a espiritualidade dos educandos (alunos e filhos).
                        PED. – Sim, eu posso, pois disponho do concurso de minhas prestativas auxiliares. Você mesma, Psicologia, e mais a Antropologia Anímica, a Biologia, a Sociologia e a Administração Escolar, quando elas se voltam para a Educação.

                        ETIOL. – Então, como é que ficamos, minha cara Pedagogia? A deixa está consigo.
                        PED. – Não se preocupe. Não vou tergiversar. E, sem rodeios, vou logo encarregando a novel Antropologia Evolutiva Anímica que dê o seu testemunho como ciência da origem, natureza, estrutura, evolução e destino da alma humana.
                       
                        ANTR. – Não me dou por rogada. Depois de muitas observações e reflexões, de informações do Plano Espiritual e estudo da Codificação Espírita, concluí que existem no âmago de todas as almas sementes de todas as perfeições humanas de natureza espiritual, como justiça, humildade, caridade, honestidade, veracidade, altruísmo, fraternidade, etc. Esses germes foram depositados no fundo das almas pela extrema misericórdia do Criador, no momento mesmo em que as criou.
                        PSIC. – Quanto a isso, o que nos dizem a Antropologia Física e a Cultural? Participam desse entendimento?
                        ANTR. – Não. Essas minhas irmãs têm ignorado esses meus estudos, e as minhas conclusões não dispõem do seu credenciamento, infelizmente. E, desacreditando, não progridem tanto como seria de desejar; e muitos fatos na evolução física e nos costumes dos povos têm escapado à sua ainda muito limitada compreensão.
                        Todavia, ainda posso adiantar para vocês que o homem, desde a sua infância, tem tido o poder de fazer germinar essas sementes – muito progressivamente é claro e de transformá-las em perfeições manifestas em atos de efetivo comportamento moral e espiritual.

                        ETIOL. – Desculpe-me a mui sábia e novel Antropologia Anímica Evolutiva. Mas gostaria de saber, e, naturalmente todas nós, como é que você chegou a essas conclusões tão revolucionárias, que nem mesmo a Psicologia Moderna descobriu?

                        ANTR. – Vejam bem! Ninguém dúvida de que já conviveu, ou teve contacto, com pessoas, comuns ou não, que ostentam, em maior ou menor grau, alguma das perfeições que já listamos. Pergunta-se: onde está a fonte desses atributos? Duas hipóteses: fora dessas pessoas ou dentro delas mesmas. Para virem do exterior, essas perfeições teriam emanado de um centro irradiador que as contivesse e as imprimisse nessas pessoas. Dada a natureza espiritual dessas perfeições, só poderiam provir de Deus, ou de seres humanos delas já dotados. Se proviessem de Deus, como um dom (gratuito), anularia todo o mérito desses portadores de perfeições (LE-Q.119 e 133). Se viessem de outros homens dotados dessas perfeições, teríamos de admitir que predicados de ordem espiritual pudessem transferir-se de uma pessoa para outra, o que seria um absurdo, além também de esvaziar o merecimento. Nem mesmo podem vir dos pais: os caracteres morais não se comunicam geneticamente aos filhos. Todavia, o exemplo pessoal e a educação recebidos limitam-se a induzir nos filhos a disposição moral de promoverem, eles mesmos, o desenvolvimento dessas perfeições que admiram nos outros, o que é educacionalmente válido.
                        Logo, essas perfeições só podem ter uma origem: a alma mesma dessas pessoas que a manifestam.

                        PED. – Querida irmã  e serva minha! O seu raciocínio é irrecusável. Agora, sim, estou em condições de concluir que, realmente existe a possibilidade de desenvolvimento das perfeições potenciais do espírito dos nossos educandos. Mesmo porque, é de consenso universal que toda potência está ordenada a se desenvolver em ato, a não ser que interfiram fatores acidentais.

                        PSIC. – Querida mestra Pedagogia! Não acha você que faltou uma complementação, que lhe cabe juntar à exposição da Antropologia? Refiro-me a essa passagem da potência ao ato que citou.

                        PED. – Mas eu não havia ainda terminado a minha argumentação. Realmente, e não me furto a esse encargo que me cabe – encontrar o processo pedagógico de passagem da potência ao ato, ou seja, da germinação e desenvolvimento pedagógico das sementes das perfeições almejadas.
                        Para isso, eu disponho de mais uma auxiliar, a Didática, à qual peço que me apresente uma proposta nesse sentido.

                        DID. – Creio que antes de meu pronunciamento, por encomenda de minha soberana, a pedagogia, tenho que obter a permissão de nossa irmã superiora, a Ética, como última razão daquilo, que devemos ou não fazer. Isso para que eu, como Didática, passe depois a tratar desse processo, ou modo, de promover a emersão do fundo das almas das perfeições que lá jazem em estado potencial e relativamente inercial.
                        Então, indago da Ética: devemos, ou não, proceder ao desenvolvimento induzido da espiritualidade dos nossos educandos?
                        ÉTIC. – Também não posso resolver essa dúvida da Didática antes de ouvir minha inseparável companheira, a Teleologia. A justificação moral de qualquer procedimento é tributária indiscutível dos fins que tenha em vista, como também do modo e dos meios que empregue para atingir esses fins. Portanto, devo passar a deixa para a ciência dos fins, a Teleologia.

                        TELE. – Levando em conta tudo o que já foi exposto, fui informada de que a Técnica Pedagógica em discussão tem por finalidade individual imediata a retomada da marcha evolutiva do espírito dos educandos que estejam estacionários; ou a de acelerar o ritmo de avanço dos que progridem com muita lentidão. Também vim a saber pela Etiologia e Psicologia que tais conjunturas, levadas ao âmbito maior das sociedades, vem provocando agudos desajustes sociais e extensos e profundos sofrimentos coletivos. Ora, um dos mais efetivos princípios éticos  estabelecidos é o de que o prêmio, ou quaisquer recompensas deverão ser atribuídos ao mérito do agente.
                        Ora, o mérito é a conseqüência do esforço e da boa vontade do agente na prática do bem para seus semelhantes. Se o bem que se pretende é a conquista das perfeições individuais pelos educandos; se essas perfeições estão, por lei divina, ordenadas à felicidade do próprio agente, felicidade essa que é o próprio gozo, o deleite, a fruição dessas mesmas perfeições, este desenvolvimento da espiritualidade, pelo afloramento pedagógico induzido, estará revestido do indispensável influxo moral.
                        Portanto, pode constitui dever dos educadores aplicá-lo em seus educandos.

                        DID. – Apreciei bastante a linha de raciocínio da nossa irmã superiora, a Ética, combinada com a informação da Teleologia. Os fins dessa técnica foram assim agraciados com o deferimento superior. O cenário moral foi desvendado: a eticidade dos fins almejados. Estou satisfeita.

                        PED. – Alto lá! O cenário moral foi desvendado apenas parcialmente. Não compreendo como a minha subordinada, a Didática, se deu por satisfeita. E perdoe-me a Ética, mas seu discurso não está completo. Por isso lembro a vocês outra questão moral: a dos meios. Não basta que os fins sejam justos. Os meios empregados pela Didática também devem sê-lo; isto é, justos, éticos. Ao contrário, recairíamos nos braços de Maquiavel, para o qual, os fins justificariam os meios, podendo esses últimos ser imorais, desde que os fins não sejam. Devo assim, como ciência maior da Educação, devolver a palavra à Ética para se pronunciar sobre os meio e o modo, se são morais ou não.

                        ÉTIC. – Peço que me escuse a pedagogia. Como poderei avaliar aquilo que não conheço, os meios e modo dos quais se utilizará a Didática?

                        DID. – Então vamos lá! Nesse particular do modo e meios para atingir os fins, eu me atenho apenas ao modo. Estabeleci assim que esse modo de induzir o afloramento das perfeições potenciais seja o da formação dos hábitos delas, pela repetição suficiente pelos educandos de atos da mesma natureza da perfeição almejada. Além disso, essa formação deve ser regulada por dois princípios: o da gradação (desses atos, dos mais fáceis e simples para os mais graves) e o da sucessão (focalização de uma a uma das perfeições sucessivamente, até um total de oito).
                        PED. – Eis aí um novo campo para Ética se pronunciar. Essa didática (o modo) é moralmente defensável?

                        ÉTIC. – Pelo que eu entendi da explanação da Didática, todo o modo gira em torno da formação dos hábitos do bem, ou seja, das perfeições espirituais. Ora, essas três palavras bem, perfeições e espirituais, conjugadas, já compõem o esquema de suporte ético para o modo de consecução dos fins a que a Técnica em julgamento se propõe.
                        Quanto aos processos de gradação e de sucessão, fazem eles parte do modo geral de formação dos hábitos, e este comunica naturalmente a esses dois processos a sua eticidade própria.

                        PED. – Tudo bem” Mas falta a análise moral dos meios. Por isso, pergunto à minha executiva, a Didática: quais são esses meios adotados na Técnica de Afloramento das Perfeições do Espírito?

                        DID. – Ainda bem que eu disponho para isso de uma serva muito leal, e até, que comigo se confunde de certo modo: é a Técnica Didática. Ou sejam, os meios utilizados, e que corporificam o modo do qual já falei. Assim sendo, peço à essa Técnica que se pronuncie.

                        TÉC. – Para estabelecer os meus próprios fundamentos, eu me vali das contribuições de todas vocês, desde a Etiologia até a Didática, minha chefe. Defini minuciosamente o comportamento do educador como indutor, a sua preparação, carga horária semanal, os ciclos de desenvolvimento, as fases da gradação, o circuito de reciclagem, o elenco das oito perfeições e sua distribuição pelas séries da Educação Básica.
                        Montei também o Ciclo de Desenvolvimento Espiritual para períodos sucessivos de sete dias – os setenários – abrangendo três procedimentos, iniciado com a Sessão de Trabalho dos educandos na escola seguido do Período de Aplicação Prática de sete dias de vida social cotidiana em diversas instituições e locais fora da escola, encerrando-se o ciclo com a Reunião de Conscientização (na escola( das vivências do período de sete dias de Aplicação Prática.
                        Esse período ainda comporta três instâncias sucessivas para serem vividas pelo educando diante de cada oportunidade eventual de cometimento de atos da perfeição que estiver sendo focalizada. Essas instancias são: atenção, oportunidade (de prática do ato), e como ponto culminante, o próprio ato.
                        A avaliação do possível progresso dos educandos não é individual e sim coletiva, para não prejudicar o seu livre-arbítrio, fator essencial dos atos morais.

                        PED. – Acredito que a nossa irmã, a Ética, por essa exposição, esteja em condição de julgar moralmente os meios adotados pela Técnica.

                        ÉTC. – Realmente, depois de informada, já posso avaliar os meios, uma vez que os fins Teleologia) e o modo (Didática) já foram moralmente credenciados. Quanto aos meios (Técnica), nada ouvi dela que pudesse comprometer a eticidade deles em sua própria estrutura e montagem.
                        Apenas, para completar este julgamento, gostaria de receber mais uma informação, agora da Sociologia: quando e onde, na vida social, os atos de perfeição podem acontecer?
                       
SOC. – Vou me restringir ao social do dia-a-dia, da vida cotidiana. Se é a repetição numerosa dos atos da mesma natureza que forma o respectivo hábito, não podemos descurar as oportunidades diárias e simples que se apresentam todos os dias. Sem o aproveitamento dessas oportunidades, os encontros pessoais do educando com o próximo de nada serviram para a Técnica.
Mas vamos a resposta: O quando são todas as ocasiões de praticar os atos das perfeições, sempre em benefício do próximo, perdoando-os, ou reparando algum mal praticado contra eles. O onde é em qualquer lugar de contacto social com outras pessoas.
Nisso se resume a minha modesta contribuição. E submeto este relatório à apreciação de nossa irmã, a Ética.

ÉTICA. – Não encontro nenhum impedimento moral no que nos relatou a Sociologia da Vida Cotidiana. Tudo, fins, modo, meios, estão sob a égide do bem, da felicidade dos educandos.
Não obstante, gostaria que a minha irmã quase gêmea, a Axiologia, também se pronunciasse, já que militamos na mesma área, a da Moral.

AXIO. – Quando eu estabeleci os fundamentos axiológicos da Técnica do Afloramento das Perfeições, elegi oito valores para serem visados por ela. Valores esses para serem desenvolvidos pelos educandos, devidamente assistidos pelos educadores. E todos eles penetrados de profunda eticidade.
Também indiquei à Pedagogia e à Didática que visassem sempre, por modos e meios hábeis, induzir nos educandos três preferências:

1º. Dos valores (perfeições) em relação aos contravalores (imperfeições), nas oportunidades de opção entre uns e outros (preferência fundamental e irrecusável).
2º. Dentro da escala hierárquica de valores, preferirem, nessas mesmas oportunidades, os valores espirituais (religiosos, éticos, estéticos) aos intelectuais (lógicos) e aos sensíveis (vitais e úteis).
3º. No âmbito dos valores da mesma natureza, por exemplo os éticos, eleger os de expoente moral mais elevado pela própria força de validez deles, pela não-indiferença mais acentuada e pela intensidade mais sensível.
Levando em conta todas essas prescrições, não temos como deixar de consagrar axiologicamente a Técnica Pedagógica em proposição.

PED. – Resolvidas, resultam assim todas as pendências que envolveram a Técnica que está sendo proposta, e com beneplácito de todas nós.
Assim sendo, proclamo, como ciência coordenadora deste diálogo, que

O AUTODESENVOLVIMENTO DA ESPIRITUALIDADE
PELA PROMOÇÃO PEDAGÓGICA INDUZIDA
DO AFLORAMENTO DAS PERFEIÇÕES POTENCIAIS
DO ESPÍRITO DOS EDUCANDOS

assume a amplitude transcendente de verdadeiro processo de formação espiritual, e seus educadores agraciados com a carta de licenciatura pedagógica plena, oficialmente averbada nos registros do magistério supremo e divino.


2. SEGUNDA PARTE
FUNDAMENTOS
 DA PEDAGOGIA DA ESPIRITUALIDADE

CONTEÚDO:

                                                                                                                                                                
             2.1. FUNDAMENTOS ETIOLÓGICOS (causas gerais)
             2.2. FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS (causas psíquicas)
             2.3. FUNDAMENTOS TELEOLÓGICOS (causas finais)
             2.4. FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS (do espírito humano)
                      – Quadro nº 6: imagem imaginária de embrião de espírito (estado inicial)
          – Quadro nº 7: antropologia anímico-evolutivo (estado intermediário do espírito em evolução.
          – Quadro nº 8: estado final do espírito
2.5. FUNDAMENTOS AXIOLÓGICOS (os valores)
          – Quadro nº 9: comparação entre um fenômeno físico e um fenômeno axiológico.
2.6. FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS (a cotidianidade)
         – Quadro nº 10: educação e vida (R. Hubert)
2.7. FUNDAMENTOS ÉTICOS (os deveres)
2.8. FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS (a possibilidade)
2.9. FUNDAMENTOS DIDÁTICOS (o modo)
    2.10. FUNDAMENTOS TÉCNICOS (os meios)
X           X           X
         2.11. RESUMO DE TODA A FUNDAMENTAÇÃO
         2.12. DIÁLOGO ENTRE AS CIÊNCIAS DA FUNDAMENTAÇÃO


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