segunda-feira, 24 de março de 2014

Dinâmica da conscientização - continuidade

PREÂMBULO/RESUMO

  1. JUSTIFICABILIDADE. Esta dinâmica é a primeira das quatro que compõem e ocupam o espaço de tempo das Sessões de Trabalho. Ela também representa a culminância do Período de Aplicação de sete dias, no qual os educandos permaneceram na expectativa do surgimento de oportunidades de praticar atos concretos da perfeição que estava em desenvolvimento. O que, naturalmente, exige um relatório de cada educando, descrevendo o seu procedimento positivo (prática do ato) ou negativo (renúncia ao ato), diante das oportunidades eventuais surgidas de praticá-los. A vida cotidiana dos educandos da Espiritualidade é uma constante oferta de situações (oportunidades) vinculadas a qualquer das oito perfeições almejadas em vários sítios urbanos freqüentados por eles: residência, escola, templo, ruas, praças, shoppings, mercados, cinemas, estádios de futebol, shows, ônibus, bibliotecas, bailes, fliperamas, etc. Nesses sítios urbanos, acontecem normalmente encontros com outras pessoas (parentes, colegas, amigos, mestres, ou mesmo desconhecidos. Esses encontros pessoalizam as oportunidades de atos.

  1. OBJETIVO. Induzir nos educandos um indispensável processo de conscientização dos seus procedimentos de crescimento espiritual mantidos durante os sete dias do Período de Aplicação. Se foram positivos (atos) ou negativos (omissões), resultando estes últimos no indesejado estacionamento espiritual. E é disso que os educandos tomam consciência, podendo avaliar o seu desempenho e responsabilidade.

  1. EFICÁCIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA. Se essa dinâmica da conscientização gira toda ela em torno da prática real, concreta, de atos da perfeição almejada, este mesmo centro de gravidade o é também de todo o complexo metodológico da Pedagogia da Espiritualidade: o ato real. Daí a indiscutível eficácia dessa dinâmica. Pois este ato é a matéria prima da formação do hábito dessa perfeição, causa finalíssima de todo o esforço educativo dessa Pedagogia.

  1. PROCESSOS. Essa conscientização se espraia por três sucessivos processos articulados entre si:

     1º Processo: Meditação. Tem por objetivo motivar os educandos para um procedimento correto e desejável na memorização, consistindo em:

         Concentração, evitando dispersão da atenção e da divagação;


         Fidelidade ao acontecido;


         Sinceridade no que descreve (só o que realmente praticou ou sentiu);


         Lealdade ao educador.

     2º Processo: Memorização. Os educandos são induzidos a uma memorização do período de sete dias anteriores à Sessão de Trabalho (em sala), procurando eles passar em revista os seus encontros com outras pessoas (conhecidas ou desconhecidas) nos lugares habituais de freqüência (vide). Essa confluência locais/pessoas, gera os encontros sociais de diversas naturezas (familiar, escolar, recreativa, esportiva, religiosa, etc.), em cujas prováveis conversas, narrativas, discussões, peripécias,bate-papo1 despontam as procuradas oportunidades de cometimento pelos educandos dos almejados atos concretos positivos, visíveis, desta ou daquela perfeição, como perdão, solicitude, modéstia, desculpas, piedade, verdade, lealdade, honestidade, gratidão, etc. Enfim, de qualquer das oito perfeições ou de suas derivadas. Sem esquecer os atos das imperfeições que lhes são opostos (vingança, ofensas, raiva, cólera, orgulho, mentira, improbidade, indiscrição, hipocrisia, traição, etc.).


1Conversação amigável, simples e despretenciosa (dic. Aurélio).
2Precisamente, um solilóquio (monólogo) de vivência mental virtual auto-empática, mas redigido.




Se nenhuma lembrança de ato acontecer, poderá o educador liberar aos educandos o registro de alguma dessas oportunidades em qualquer tempo fora do Período de Aplicação. Se assim mesmo, não ocorrerem lembranças, o educador poderá facultar o registro de uma situação fictícia de pura imaginação2, que vale nesta Pedagogia como um ato real embora amortecido, um pouco desbotado, embaciado (Vide Dinâmica da Imaginação).

  1. AVALIAÇÃO. Os relatos escritos pelos educandos são avaliados pelo educador após as Sessões de Trabalho onde foram produzidos, incluindo os seguintes pontos:
a)                  Oportunidades que surgiram de cometimento dos atos almejados; como surgiram, como foram, ou não, aproveitadas em atos.
b)                 Essa avaliação interdita-se a um julgamento moral ou espiritual particular do educando particularmente considerado. O que se pretende fazer é aferir o ritmo de desenvolvimento espiritual da turma, isto é, coletivamente. E administrativamente, digamos assim, que seja avaliada a apresentação física dos relatos escritos: limpeza, ordem, caligrafia, ortografia, seqüência lógica, consistência do relato e sua verossimilhança.

Compreenda-se bem. Não compete ao educador da espiritualidade censurar o educando que omitiu-se de praticar um ato positivo diante de uma oportunidade real de praticá-lo. É nesse sentido que se afirma: o educando da espiritualidade não esta em julgamento, mas sim em desenvolvimento.




SESSÃO DE TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO
(DINÂMICA DE CONSCIENTIZAÇÃO)

(duração: 50 min.)1

ROTEIRO-SEQÜÊNCIA
(PARA USO DO EDUCADOR)

ANTES DA SESSÃO

  1. ESTUDOS PRÉVIOS DO EDUCADOR
1.1. “Modelo para a Sessão de Trabalho de Conscientização” (Memorização e relato) (anexo 1).
1.2.    “Modelo-Memento para a Sessão de Trabalho de Conscientização” (para uso do educador na orientação dos educandos na memorização e no relato escrito) (anexo 2).
1.3.    “Modelo-Memento resumido” (a ser distribuído aos educandos) (anexo 3).

NA SESSÃO

TEMPOS:
  1. DINÂMICAS PREPARATÓRIAS
03    2.1. Breves palavras: como o educando pode aproveitar a trivialidade da vida cotidiana para desenvolver em si a perfeição espiritual focalizada (fonte: manual da pedagogia correspondente2.
03    2.2. Apresentação da tipicidade dos atos triviais e cotidianos da perfeição em desenvolvimento (fonte: o Manual da pedagogia correspondente3.



1Iniciado na escola (20 min.) e complementado em casa.
2Por exemplo, a “Pedagogia da Justiça” (págs. 9 e 10 – itens 2.1. e 2.2.).
3Na “Pedagogia da Justiça” (págs. 10 a 12 – item 2.3.).



03                2.3. Explicação resumida, objetiva e didática aos educandos do “Modelo-Memento para a Sessão de Trabalho de Conscientização” (referência item 1.2. acima) (anexo 2).

3.1. EXECUÇÃO DO PROCESSO DE CONSCIENTIZAÇÃO
     1º MOMENTO-MEMORIZAÇÃO
03               

 Primeira Meditação (vide sugestão de modelo-anexo 4) (podendo ser melhorado ou substituído pelo educador).

04               

 Modelo-Memento (anexo 2): Explanação sucinta da estrutura e conteúdo deste documento para os educandos.

02               

 Modelo-Memento resumido (anexo 3); distribuição deste documento para cada educando, para simples lembrança (não escrita) do Período de Aplicação Prática (uma recordação metódica, ordenada).

15   

 Execução da memorização propriamente dita, cada educando individualmente, em silêncio, e sem comunicação com os colegas. Porém, com a assistência e estímulo moral do educador. (fonte: todo o item 1 – de 1.1. até 1.2.) do anexo 1 (“Modelo para a Sessão de Trabalho de Conscientização”).


 Recurso Válido (dentro da Pedagogia da Espiritualidade, no caso do educando resistir renitentemente, informando não se lembrar de nenhuma oportunidade de cometer o ato da perfeição em tela): facultar a ele a lembrança de alguma oportunidade, mesmo anterior ao Período de Aplicação. Se assim mesmo não ocorrer nenhuma lembrança de oportunidades, o educador deverá autorizá-lo a imaginar uma situação fictícia em que “tem” ou “teve” essa ocasião propícia.

     2º MOMENTO – RELATO ESCRITO
03               

 Segunda Meditação (vide sugestão de modelo-anexo), (podendo ser melhorado ou substituído pelo educador).


 Memento (anexo 2) – Já explicado aos educandos no 1º Momento (Memorização).


 Modelo-Memento Resumido (anexo 3) – Já está com os educandos, mas agora é para ser respondido por escrito.

15               

 Execução dos Relatos (fonte: todo item 2 de 2.1 até 2.5) do Anexo 1 (“Modelo para a Sessão de Trabalho de Conscientização”).

Tempo
Total:
50 min.
      Acompanham este documento básico três anexos:
      ANEXO 1
     “Modelo para a Sessão de Trabalho de Conscientização” (11 páginas).
ANEXO 2
     “Modelo-Memento para a Sessão de Trabalho de Conscientização” (6 páginas).
ANEXO 3
            — “Modelo-Memento Resumido” (5 páginas)


(ANEXO 1)

MODELO PARA A SESSÃO DE TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO

(conscientização das oportunidades que o educando teve no Período de Aplicação Prática de 7 dias para praticar atos de perfeição que estivesse em desenvolvimento).

DINÂMICA PRÉVIA
O trabalho de conscientização, pela sua originalidade, complexidade e importância no processo de afloramento das perfeições espirituais, tem de merecer, antes de aplicado nos educandos, um tratamento especial e preparatório, que pode ser denominada de Dinâmica Prévia.
O que requer uma sessão especial de 50 minutos1 de duração, comportando três módulos:
1.                  Explicação verbal da memorização.
2.                  Exposição das tipicidades dos atos da perfeição que vai ser desenvolvida.
3.                  Explicação, quesito, por quesito, do Modelo-Memento válido para o sistema conjugado memorização-relato escrito.



1Vide nota de rodapé na página 000 anterior.



X  —  X  —  X

1.      MEMORIZAÇÃO

1.1. ABERTURA (meditação inicial).
(1). Este trabalho é aberto com uma meditação íntima, ou prece individual, bem curta e absolutamente silenciosa, e com fundo musical adequado.
(2). Essa meditação tem por fim motivar os educandos para um procedimento correto e desejável nessa memorização.
(3). Esse comportamento desejável consiste em:
     concentração, evitando dispersões;
     passar mentalmente em revista, todos os sete dias do Período de Aplicação Prática na ordem cronológica natural: do dia da semana mais longínquo até o dia da Sessão de Trabalho.
     Procurar assinalar no tempo e no lugar desse Período, alguma situação em que teve oportunidade de praticar um ato da perfeição espiritual em foco.

TEOR DA MEDITAÇÃO (sugestão)
“vou me lembrar”:
(feita pelos educandos)

     “dos encontros e conversas que mantive com outras pessoas no período passado de 7 dias”;

     “se surgiu nesse período alguma oportunidade de praticar um ato de (...)1 ou de (...)2”;

     “quando e onde aconteceu e com quem essa oportunidade”;

     “como procedi diante dessa oportunidade, isto é, se cometi, ou não, o ato de (...)1 e por que razão o cometi, ou deixei de cometer”.

1.2. PROCESSO DE MEMORIZAÇÃO
(1). Definição. A memorização consiste num processo de proporcionar aos educandos um espaço de tempo suficiente para ativarem a lembrança do seu desempenho espiritual,durante todo o transcurso dos sete dias do Período de Aplicação Prática. Principalmente nos três procedimentos que compõem este Período passado: atenção expectante -----> oportunidades -----> atos.
(2). Recordação Visual. Essa memorização pode até ser “visual”, ou seja, uma visualização3 das pessoas com as quais manteve contactos sociais de qualquer natureza, dos lugares e do tempo desses contactos. Captando detalhes, circunstâncias, fatos, peripécias, diálogos, contrariedades, etc.



1Da perfeição que esteja em desenvolvimento.
2Da imperfeição que lhe é oposta.
3Visualizar. Ato de formar, ou conceber, uma imagem visual mental de algo que não se tem ante os olhos no momento (dic. Aurélio).



(3). Objetivo Principal. Encontrar, num processo de varredura mental e visual de todo o Período de sete dias anteriores, uma ou mais oportunidades reais e concretas de prática de atos de perfeição espiritual que está sendo focalizada.
(4). Relevâncias dessa memorização
     1ª - O hábito. Se o ato da perfeição foi cometido, a lembrança ativada dele concorre na formação do hábito dessa perfeição: o ato recordado é como uma repetição esmaecida, mitigada, desse ato real. E é a repetição dos atos da mesma perfeição que forma essa perfeição, quando a consolida na forma de hábito. E nisso reside a essência da Pedagogia da Espiritualidade. Os atos assim repetidos, ainda que um tanto apagados na recordação, resvalam os seus resíduos para o inconsciente, que é a forja ardente onde são moldados os hábitos.
     2ª - O reforço. A Lei Psicológica do Reforço indica-o que o resultado satisfatório de uma ação gratificante reforça a associação com o estímulo, fortalecendo as conexões, as sinapses, entre os neurônios. E esta é a condição da aprendizagem: incorporação (internalização) do novo e almejado comportamento. Ou seja, no caso da Pedagogia da Espiritualidade, os comportamentos (atos) de caridade, justiça, indulgência, honestidade, etc.
O reforço que se postula como presente e atuante na memorização (lembrança) dos atos das perfeições espirituais, uma vez almejada pelo educando, produzem uma satisfação íntima e inefável. De sentir-se vencedor nessa porfia espiritual íntima. Travada esta luta entre as energias negativas, que rebaixam o espírito para “baixo”, ao porão dos instintos mais primitivas, e as forças positivas, que procuram alçar, emergir, as sementes das perfeições potenciais ao nível externo e objetivo da conduta. Como se fosse uma batalha íntima, trivial e cotidiana do Armagedon entre o bem, (no caso o cometimento do ato da perfeição em desenvolvimento) e o mal (a renúncia a esse ato).
     3ª - A conscientização. O Processo de memorização ainda traz como efeito relevante e almejado uma concomitante conscientização pelo educando de seu verdadeiro nível espiritual. Conscientiza-se de suas vacilações diante das oportunidades de crescer espiritualmente, de suas negaças em praticar os atos para os quais foi preparado, das quedas de sua atenção durante o escoamento inaproveitado do Período de Aplicação, da sua negligência em manter-se atento para as oportunidades eventuais; mas, por outro lado, também da sua vertente positiva, da sua dedicação ao seu aperfeiçoamento espiritual, dos seus triunfos diante das oportunidades de praticar os atos das perfeições espirituais, da sua fidelidade à verdade, ao redigir os seus relatos com sinceridade e precisão, etc. Enfim, a memorização, se bem percorrida pelo educando, e bem orientada pelo educador, pode colocar o educando conscientemente diante de si mesmo, sem ambages ou subterfúgios ilusórios.
     4ª - Instruir1 Relato. É a quarta relevância da memorização, fornecendo ao relato: lembranças, vivências, atos, pessoas, as oportunidades, lugares, o que sentiu ao refugar diante de uma oportunidade, ou o que sentiu ao aproveitá-la para o ato, o que aprendeu no percurso do Período de Aplicação Prática, dificuldades sentidas.



1Instruir o relato: é colocá-lo em estado de ser redigido e aproveitado.


Os dois procedimentos da Sessão de Trabalho de Conscientização, Memorização e Relato são devidamente integrados um no outro.


2.       O RELATO ESCRITO

2.1 Definição. O Relato Escrito é a etapa subseqüente à Memorização. É um tempo concedido pelo educador na Sessão de Trabalho de Conscientização, para o educando redigir (registrar) as lembranças do seu desempenho espiritual (como procedeu e o que sentiu) no Período de Aplicação Prática (o setenário anterior). Para isso, se vale do que conseguiu se recordar e fixar na etapa anterior de memorização.
2.2.    Preparação Moral (meditação). A redação dos relatos deve ser precedida de uma motivação moral, meditada durante 2 a 3 minutos. Constando dela a conscientização dos seguintes valores; fidelidade do relato quanto aos fatos, pensamentos, sentimentos reais vivenciados pelo educando; sinceridade nesses relatos; modéstia (contra a vaidade e a vanglória); lealdade ao educador (não mentir para ele); confiança na sua discrição quanto ao anonimato do que vai escrever. Ao mesmo tempo que devem esses educandos evitar a insinceridade, falsidade, mentira, vaidade e orgulho na redação do relato.
O clima moral da recíproca confiança e de indispensável sinceridade entre educandos e educadores da espiritualidade é a condição do êxito desses relatos (vide o teor da meditação na página logo adiante.
2.3.Estrutura dos Relatos
(1). O eixo da sucessão das lembranças do Período de Aplicação deve seguir o seguinte balizamento:
     a atenção. Citar no relato as possíveis dificuldades, ou facilidade, em mantê-la, ou seja, a expectativa de surgimento de alguma oportunidade de cometimento dos atos almejados.
     As oportunidades. Relatar como despontaram elas em certas situações de contacto social direto com outras pessoas. Quais as circunstâncias que criaram essas situações?: tempo (quando?), local (onde?), modo (como?), pessoa (com quem?), o quê (o encontro  casual ou marcado?). Narrar ainda como se sentiu quando percebeu que estava diante de uma oportunidade de praticar o ato que dele se espera (vide 3º Quesito do Modelo-Memento).
     O ato (ou atos). Se se sentiu disposto (vontade) de cometer o ato da perfeição espiritual que está em desenvolvimento, ou se não sentiu. Se se sentiu vacilante: ora, vontade de cometer; ora, não. Enfim, se cometeu, ou não, o ato: declarar com toda a sinceridade e sem nenhum receio de censura, nem de elogio. O ato deve ser detalhado (como foi cometido) e a reação da pessoa com a qual esteve em contacto: conversa, discutindo, acompanhando; ou qualquer outro relacionamento: aconselhando, ou sendo aconselhado, reclamando, ou sendo reclamado se queixando, ou recebendo queixa, contando um episódio, ou sendo informado dele, etc. (vide 6º Quesito do Modelo-Memento).
Como se sentiu depois de praticar o ato, ou de tê-lo sonegado. Por que razão cometeu: ou, porque razão sonegou e não aproveitou a oportunidade de crescimento espiritual? (vide 6º Quesito no Modelo-Memento).
2.4.O anonimato dos relatos.
Os relatos por escrito não são assinados, preservando-se o sigilo quanto aos relatores.
     Razões. Essa prescrição decorre das seguintes razões, para evitar:

   A identificação dos relatores que poderia comprometer a liberdade e a sinceridade dos educandos ainda naturalmente imaturos;


   A timidez e a modéstia que poderiam inibir as referências aos atos positivos;


   A jactância e a vaidade que poderiam levar a narrar atos na verdade não praticados;


   O receio, e o acanhamento (talvez vergonha ou vexame) em reconhecer a falha moral, deixando inaproveitada uma oportunidade de crescimento espiritual;


   O julgamento individual do educando pelo educador. O que colidiria com o princípio da renúncia a juízos pessoais sobre eles, porque os educandos da espiritualidade não estão em julgamento; mas em árduo processo pedagógico de desenvolvimento espiritual, no qual só é legítima a estimativa do crescimento coletivo da turma em bloco.

2.5.Orientação ao educador (durante os relatos):
     Preservar o anonimato dos educandos relatores.
     Limitar os comentários apenas aos aspectos formais dos relatos, tais como caligrafia, clareza da redação, objetividade dos pensamentos; e não ao conteúdo, ou seja, expender críticas ao desempenho moral dos educandos, porque estes não estão em julgamento.
     Interditar-se a qualquer forma de aprovação ou de reprovação (salvo os aspectos formais) aos atos quer praticados, quer não, ainda que apenas por um meneio da cabeça de aprovação, ou por um balanço horizontal dela de censura, ou ainda, por sobrecenho carregado.
     Banir as expressões de incentivo como “vamos ver se melhoram”; “de outra vez espero atos concretos”, etc. Lembre-se, o educador da espiritualidade, de que é apenas um discreto indutor da prática de atos espontâneos das perfeições espirituais, e não um doutrinador, ou guru, ou cobrador de deveres. Seus educandos não estão em julgamento, mas em desenvolvimento. Nesta técnica de Afloramento das Perfeições potenciais do Espírito, expressar julgamentos aborta a espontaneidade dos atos, despojando-os do sentido moral, que só a total liberdade de ação poderá produzir, e o conseqüente efeito educativo.


TEOR DA MEDITAÇÃO PARA O RELATO
(sugestão)
(feita pelos educandos)

Aqui estou eu, neste momento, concentrado, para escrever se, nos 7 dias anteriores, estive diante de oportunidades para escolher livremente praticar atos de (...)1 ou de cometer atos de (...)2.
Sou fiel e sou sincero. Não mentirei, porque sinto que sou verdadeiro, e não mentiroso. Por isso, é que meus educadores confiam em mim.
Vou contar como estive atento, ou não, às oportunidades que poderiam aparecer, como surgiram e como as aproveitei, ou não, para cometer atos de (...)1 e, assim, crescer um pouco mais espiritualmente.



1Da perfeição em desenvolvimento.
2Da imperfeição que lhe é oposta.


(ANEXO 2)

MODELO-MEMENTO
PARA A SESSÃO DE TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO

(UTILIZÁVEL PELO EDUCADOR PARA ORIENTAR OS EDUCANDOS NA MEMORIZAÇÃO E NO RELATO ESCRITO)

ORIENTAÇÃO: a principal finalidade para o educando, no uso deste modelo, é encontrar, na abrangente memória sua do passado Período de Aplicação Prática (de 7 dias) anterior, as situações (onde/quando) em que teve oportunidades de praticar o ato da perfeição1.




1Cada vez que grafarmos a expressão ato da perfeição, estaremos nos referindo a ato da perfeição em foco, ou em desenvolvimento.




Para isso, inicia-se a sucessão dos quesitos por esses dois quesitos fundamentais de tempo (quando) e de espaço (onde). Estas duas coordenadas determinam na corrente de pensamentos-lembranças do educando e as posições das possíveis e procuradas oportunidades.

1º QUESITO: ONDE:
(os lugares)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando): proceder a uma varredura mental dos lugares que costuma freqüentar, até encontrar um ou mais em que possam ter ocorrido (ou não) essas oportunidades.
LUGARES PROVÁVEIS e pontos-objetos dessa varredura: a residência, a vizinhança, a escola, os templos, lanchonetes, mercados, shoppings, lojas, veículos, praças de diversões ou de esportes, festas, filas, ruas, etc. etc.

RESPOSTA DO EDUCANDO
(citar apenas os lugares onde surgiram realmente as oportunidades)

RESPOSTA (podendo detalhar):




2º QUESITO: QUANDO?
(dia e hora)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando): proceder a uma varredura mental, “percorrendo” na lembrança os 7 dias do Período de Aplicação Prática anterior (o setenário), até encontrar na lembrança as oportunidades.
DIAS PROVÁVEIS e objetos dessa revisão dos 7 dias anteriores à Sessão de Trabalho pelas manhãs, tardes e noites).

RESPOSTA DO EDUCANDO
(citar apenas os dias e turnos em que realmente houve oportunidades)

RESPOSTA (podendo detalhar)



3º QUESITO: COMO?
(o encontro e com quem)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando): proceder a uma varredura mental, percorrendo na lembrança as pessoas com as quais costuma se relacionar e se encontrar.
PESSOAS PROVÁVEIS de encontros e visadas nessa revisão: pais (do educando), irmãos, parentes, vizinhos, amigos, colegas, professores, namorada, ou apenas conhecidos, e até possíveis e eventuais desconhecidos.

RESPOSTA DO EDUCANDO
(citar as pessoas em cujos encontros surgiram as oportunidades de cometimento de atos da perfeição. Não há necessidade de citar nomes).

RESPOSTA (podendo detalhar como se deu esse encontro, se casual, ou combinado, etc.).



  
4º QUESITO: O QUÊ?
(as oportunidades)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando). Sabendo já a pessoa com a qual se encontrou (3º quesito), onde (1º quesito) e quando (2º quesito) se aconteceu esse encontro, no qual surgiu a oportunidade de praticar o ato de perfeição em desenvolvimento, basta agora ao educando lembrar-se como surgiu essa oportunidade. Se foi durante uma discussão, ou de uma reclamação, ou queixa, etc.

RESPOSTA (podendo detalhar o que houve no encontro):


  

5º QUESITO: PARA QUÊ?
(para cometer, ou não, o ato da perfeição)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando: Já consciente das coordenadas de tempo e espaço das oportunidades porventura surgidas para cometer atos da perfeição, ou de omitir-se desses atos, o educando sente-se atraído para essa prática, porque, para isso, foi induzido pelas duas Sessões de Trabalho anteriores (a Sessões de Estudo Teórico e a de Exercícios Preparatórios). Se ele comete o ato da perfeição, ou omite-se dele, é uma questão de sua exclusiva consciência (não censurável). Todavia, e naturalmente, não conseguirá subtrair-se de vivenciar árduo dilema moral. E é esse dilema íntimo que lhe cabe decidir neste momento, sem subterfúgios, sem adiar essa decisão, transferindo-a “para mais tarde...”: ou aproveita a oportunidade, ou perde a oportunidade de crescimento e permanece estagnado no mesmo nível espiritual.

RESPOSTA DO EDUCANDO
(informar no quadro abaixo a decisão que tomou naquela(s) oportunidade):

RESPOSTA (podendo detalhar)1




1Se se omitiu de praticar o ato da perfeição, não precisa explicar neste quesito, mas sem, no quesito seguinte. Explicar, ou apenas relatar, não é justificar, o que não é exigido.

6º QUESITO: PORQUÊ?
(a causa do ato ou da recusa ao ato)

PROCEDIMENTO MENTAL (do educando): proceder a uma varredura mental das várias causas que podem ter determinado a omissão do educando em praticar o almejado ato da perfeição, ou, ao contrário, da causa da prática desse ato1 até encontrar a causa, ou causas, que, no seu entender, determinaram um ou outro desses dois procedimentos.

 1Lembre-se de que o modelo-memento, como relato por escrito que é, não é assinado pelo educando, é anônimo.


 CAUSAS PROVÁVEIS:
1º - DO ATO PRATICADO: a vontade de aperfeiçoar seu espírito — a admiração pelo bem — a aversão a qualquer ato mau — pela satisfação em praticar o bem — pela lembrança da sessão do Estudo Teórico anterior — pela lembrança dos Exercícios Preparatórios — pelo respeito aos seus Educadores da espiritualidade — porque assim querem esses educadores — não sabe a causa de haver praticado o ato da perfeição — não deseja declarar a causa — outras causas — porque acredita na Pedagogia da Espiritualidade.
2º - DA OMISSÃO DO ATO (diante da oportunidade de praticá-lo): — por esquecimento ou distração — não senti vontade de praticá-lo — não achei necessário praticar esse ato da perfeição — porque não percebi bem a situação como oportunidade de fazer o bem — não senti nenhum dever moral para cometer esse ato — fiquei constrangido pelas circunstâncias — não me senti com liberdade de praticá-lo pela presença de outras pessoas — não sei porque me omiti de aproveitar a oportunidade de crescer um pouco espiritualmente — acho que não fui suficientemente preparado para enfrentar essas situações de dilema entre praticar, ou não, o ato da perfeição — sei a causa, mas não quero declarar — não acredito nesta Pedagogia da Espiritualidade — outras razões.

RESPOSTA DO EDUCANDO
(informar a causa da prática do ato ou da sua omissão)

RESPOSTA (no caso do ato):


  

RESPOSTA (no caso da omissão do ato):


  

X  —  X  —  X

NOTA. A correta aplicação deste modelo-memento requer a explicação do educador, ponto por ponto, em sessão de trabalho de prévio treinamento1. Ele será bem utilizado pelo educando, após algumas experiências iniciais, e  no decurso de sua aplicação ao longo da programação.


1em sessão preparatória especial.



(ANEXO 3)

MODELO-MEMENTO RESUMIDO
(a ser distribuído para uso dos educandos nas dinâmicas da Memorização e do Relato Escrito)

     PROCURE LEMBRAR-SE dos lugares em que esteve nos 7 dias anteriores (Período de Aplicação Prática).

ONDE? — O LUGAR

     PROCURE LEMBRAR-SE dos lugares em que esteve nos 7 dias anteriores (Período de Aplicação Prática).
     SURGIRAM OPORTUNIDADES de praticar algum ato de (...)1?
     PENSE: onde surgiram?
     RESPONDA no espaço de 3 linhas abaixo:





1Da perfeição em desenvolvimento



QUANDO? — O TEMPO

     PROCURE LEMBRAR-SE: de quando esteve nos lugares que você indicou acima?
     SURGIRAM OPORTUNIDADES de praticar algum ato de (...)1 nessas ocasiões?
     PENSE: quando surgiram?
     RESPONDA no espaço de 3 linhas abaixo:





QUEM? — A PESSOA

     PROCURE LEMBRAR-SE das pessoas com as quais se encontrou nesses 7 dias anteriores.
     SURGIRAM OPORTUNIDADES de praticar algum ato de (...) junto a essas pessoas?
     PENSE: quais pessoas?
     RESPONDA no espaço de 3 linhas abaixo:





COMO? — O MODO

     PROCURE LEMBRAR-SE de como surgiram as oportunidades para cometer atos de (...)1.
     PENSE: como surgiram?
     RESPONDA no espaço de 3 linhas abaixo:





PARA QUÊ? — O ATO

     PROCURE LEMBRAR-SE se cometeu, ou não, um ato de (...)1 diante da oportunidade que surgiu.
     PENSE: como cometeu o ato de (...)1? Ou, como não cometeu o ato?
     RESPONDA no espaço de 3 linhas abaixo:





1Da perfeição em desenvolvimento.


PORQUÊ? — A CAUSA

     PROCURE LEMBRAR-SE, por que razão (motivo) praticou o ato de (...)1? Ou, por que razão deixou de praticá-lo?
     PENSE: qual a razão?
     RESPONDA no espaço de 5 linhas abaixo:







EXPECTATIVAS MUITO LIMITADAS
Realistas. Não esperar que o presente documento em forma de consulta vá ser respondido satisfatoriamente como idealizamos. E também o Modelo-Memento (anexo 2), este destinado ao uso do educador. Ambos esses documentos são, na verdade, instrumentos ordenados a um fim limitado: resolver o íntimo dos educandos, agitar “águas paradas, estagnadas”, como costuma acontecer com vivências espirituais de valores até então extraordinárias, não experimentadas em idades iniciais. A originalidade absoluta dos procedimentos da Pedagogia da Espiritualidade, o seu apelo decisivo de um lado à interioridade, e de outro, à ação, aos atos movidos pela primeira, a interior, não sustentam nos educadores nenhuma expectativa, ingênua. Todavia, quaisquer que sejam os resultados, valem sempre, e muito, por atingirem extratos profundos das almas, que são convidadas, e mesmo instaladas com vigor pedagógico e psicológico a se moverem ao desenvolvimento de suas existentes, reais, perfeições espirituais em estado até então potencial.
Cabe muito bem aqui, nesta altura, e neste contacto agora, tão real, com os educandos, ainda tão misterioso para a renovação da preparação emocional dos educadores da espiritualidade. Sintetizada essa preparação em duas certezas. A primeira, no sossêgo da responsabilidade: quaisquer que sejam os resultados do esforço e dedicação por mais ínfimos que se apresentem, jamais poderão prejudicar os educandos. A segunda: os resultados morais e espirituais a serem atingidos, ainda que invisíveis e remotos são:

Certos, seguros, definitivos e permanentes
PARA SEMPRE



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