TEXTOS DA PRIMEIRA A SÉTIMA
DINÂMICA HISTÓRICA
4.1. PRIMEIRA DINÂMICA
HISTÓRICA
DE DESENVOLVIMENTO DA
ESPIRITUALIDADE
PELA CARIDADE
(DESINTERESSADA E VINCULADA À
EDUCAÇÃO)
4.1.1. CONCEITUAÇÃO
a)
A caridade é primeira dinâmica a ser exposta, pela sua
altíssima relevância no processo de espiritualização da humanidade. É “a
virtude cristã pela qual se ama a Deus como o sumo bem, e se ama o próximo como
a si mesmo”, manifesta-se como bondade, benevolência, beneficência e esmola.
Corresponde ao Segundo Mandamento do Decálogo Mosaico: “Amarás o eu próximo
como a ti mesmo”.
b) Ela
integra as três virtudes teologais, FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE. E dessas três é a
maior, a mais importante, a melhor e a mais bela dessas três virtudes.
c) A
interface da caridade compreende a face subjetiva (o sentimento de amor ao
próximo) e a face objetiva (os atos, ações e obras, motivados e promovidos pelo
amor).
4.1.2. HISTÓRICO
a)
Admite-se que a perfeição e, ritual da caridade integre
a essência da natureza humana. Primordialmente, no estado de semente potencial
e espiritual, por iniciativa da misericórdia do Criador. Posteriormente,
desenvolvida muito parcialmente pelo próprio homem, portador dessa semente.
b)
Assim posta esta origem divina da caridade no homem,
deduz-se a universalidade no tempo e no espaço da caridade na totalidade das
almas humanas e em todas as civilizações, culturas e religiões históricas.
Todavia, foi com o Divino Mestre que a caridade empolgou e até identificou-se
com uma religião: o Cristianismo, do qual recebeu um impulso mais substancial e
orgânico.
4.1.3. FUNDAMENTOS
(doutrinários espíritas).
a)
(LE – Q.648): “A lei de justiça, amor e caridade é a
mais importante (das 10 leis morais), por ser a que faculta ao homem
adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras”.
b)
(LE – Concl; IV p.1º): “O progresso da humanidade tem
seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade. Comparados
as idades e os povos, pode o homem avaliar quanto a sua condição melhora à
medida que essa lei vai sendo mais bem compreendida e praticada”.
c)
(LE – Q.917, nº 5): “O egoísmo é a fonte de todos os
vícios, como a caridade o é de todas as virtudes”.
d)
(EE, Cap. XII, nº 9): “Sem caridade não há salvação”.
e)
(EE,
Cap. XV): “Fora da caridade não há salvação”.
f)
(LE – XIII, nº 10): “De mil maneiras e faz a caridade.
Podeis faze-la por pensamentos, por palavras e por ações”.
g)
(EE – XIII, nº 9, p. 6): “A caridade moral consiste em
se suportarem umas às outras as criaturas”.
h)
(EE – XIII, nº 12, p. 4): “A caridade é a virtude
fundamental sobre que há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas”.
—
Conclusão. A caridade, dentre todas as perfeições
espirituais do homem, foi a que mereceu o maior destaque em toda a Codificação
Espírita. Além de muitas e tão relevantes referências, ao longo de todos os
livros básicos da Doutrina. Foi a ela à caridade, dedicado todo um capítulo de
“O Livro dos Espíritos” e três capítulos de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”.
4.1.4. EFICÁCIA
(espiritualizante).
a) Foi
no exercício das obras sociais orgânicas, ou sejam, metódicas, sustentadas,
planejadas, programadas e sistemáticas, em benefício de populações carentes
prioritárias,e assim analisadas, que a caridade logrou alcançar a sua maior
eficiência. E não na improvisação, eventual, emergencial e empírica.
Compreendendo-se o seu mais nobre e edificante objetivo como a promoção social
dos assistidos e não no assistencialismo deformante e mantenedor da indigência
encontrada. E só será uma verdadeira dinâmica de espiritualização dos
contingentes assistidos se todos os recursos materiais dispensados forem
elevados ao nível moral educativo e espiritual: do pão-educação, do
medicamento-educação, do agasalho-educação, do saneamento-educação, do
teto-educação, do entretenimento e lazer-educação, do carinho e do consolo-educação,
do esporte-educação, das artes-educação, do conhecimento e cultura-educação.
b) Assim
é porque a educação é a mais elevada e excelente forma de caridade.
c) Porém,
de qualquer forma que tenha sido proporcionada, a caridade, em todos os tempos,
continentes, nações culturas, ou religiões, ela tem sido considerada como uma
das mais eficazes dinâmicas da evolução espiritual da humanidade, embora ainda
muito insuficiente. E é o que afirma (LE – Q.648): “A caridade é a mais
importante por ser a que faculta aos homem adiantar-se mais na vida
espiritual”, e de certo modo, confirmado em (LE –Concl. IV, p. 1º).
d) Como
já atestaram acima as questões (648 e a Concl., IV), a prática efetiva da
caridade já promoveu um certo adiantamento espiritual da Humanidade. Mas a
desproporção gigantesca entre as necessidades e os recursos humanos e materiais
aplicados tem sido tão gritante que os resultados tornam-se mui pouco visíveis
e enormemente insuficientes. Tendo em vista o presente e principalmente o
futuro.
e) Entre
todas as dinâmicas, a caridade é a que mais e dirige de alma para alma,
promovendo o desenvolvimento de ambas, a alma do que dá de si e a alma do que
recebe. É o evoluir de duas almas irmanadas.
f)
Toda caridade, por mais material que seja — alimento,
roupas, medicamentos, etc. — deve visar sempre e diretamente o espírito do
carente, no elevado objetivo de educa-lo.
g) A
caridade é a última, a derradeira prova final de que o espírito está evoluindo.
Qualquer perfeição que esteja em processo de desenvolvimento, este só pode ser
constatado por um acréscimo no teor de sua caridade efetiva, prática. Quer
saber se está desenvolvendo a indulgência? Submenta-a à prova infalível da
caridade desinteressada; alguém considera-se honesto? Demonstre-o pela
caridade, que é a mais indiscutível manifestação da honestidade. Tu és justo?
Prove pela caridade.
—
A eficácia da caridade resulta da sinergia de várias
forças:
sua participação em todas as demais perfeições espirituais do homem;
sua ação direta sobre a alma (do agente e do paciente);
tanto dissuade a prática do mal, quanto motiva e impele à prática do bem.
4.1.5. PEDAGOGIA DA
ESPIRITUALIDADE (repercussões nesta pedagogia da dinâmica história de
espiritualização pela prática da perfeição da caridade).
a)
Essa pedagogia administra didaticamente os valores
morais humanos, que são as perfeições espirituais das almas dos educandos,
também chamadas de virtudes. Ora, a Doutrina Espírita sentencia: “A caridade é
a fonte de todas as virtudes” (LE – Q.917, p.5). Eis aí o feliz, plenas e harmônico
encontro da Doutrina com essa pedagogia. O que não surpreende, já que a
Pedagogia da Espiritualidade é uma emanação dos textos e princípios da Doutrina
Espírita.
b)
Todas as oito perfeições espirituais, matéria prima e
conteúdo curricular desta pedagogia, não passam de formar diversas de
manifestação da caridade. E assim reduplica o valor e eficácia educativa desse
currículo, injetando nele e em cada um desses valores humanos o teor
indispensável do amor em toda atividade educativa.
c)
Do que resultam a indulgência caridosa, a esperança
caridosa, a humildade caridosa, a justiça caridosa, a honestidade caridosa, e
assim por diante.
d)
Se a caridade estivesse à margem da Pedagogia da
Espiritualidade, essas perfeições, ou valores humanos, não poderiam ser desenvolvidos
pelos educandos em si mesmos. Porque restariam abafador pelo egoísmo
triunfante, por ser este a imperfeição oposta à caridade, que sempre ocupa os
“espaços” nos quais esteja ausente a caridade. Atente-se para os seguintes
absurdos: um egoísta indulgente; um egoísta justo; um egoísta honesto, um
egoísta leal, e outros despautérios.
— Conclusão:
sem a caridade, não haverá Pedagogia da Espiritualidade. Não há, portanto
apenas uma repercussão da caridade na Pedagogia da Espiritualidade. Mas muito
mais do que repercussão, uma completa assimilação entre ambas.
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